Economia Global
Dilma Rousseff é reeleita presidente do Banco do Brics durante evento na China
Ex-presidente afirma estar recuperada após internação e rebate críticas à sua gestão no NDB
23/03/2025
14:15
NAOM
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A ex-presidente da República, Dilma Rousseff, foi reeleita neste domingo (24) para um novo mandato como presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), instituição financeira internacional vinculada ao grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), sediada em Xangai.
A declaração foi feita pela própria Dilma durante o Fórum de Desenvolvimento da China, em Pequim, evento que reúne autoridades e empresários de destaque. A ex-presidente foi indicada inicialmente ao cargo pelo presidente Vladimir Putin, com articulação direta do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.
Dilma afirmou estar recuperada após ter sido internada no final de fevereiro com neurite vestibular, inflamação no ouvido interno que provoca fortes tonturas.
“É um vírus parecido com o da gripe, mas ele te joga no chão. Você não tem o que fazer. Tem que esperar ele morrer”, explicou.
Durante o evento, foi questionada sobre reportagem da imprensa brasileira que apontava atrasos em metas do banco e denúncias de assédio moral na sua gestão. Dilma evitou comentar diretamente:
“Não vi. Não quero [comentar]. Agora vocês têm que parar de fazer ficha falsa, tá? Conhece a ficha falsa? Levou um ano”, disse, em referência ao episódio da ficha criminal publicada pela Folha em 2009.
Dilma também defendeu sua atuação à frente do banco e fez críticas veladas à gestão anterior, sem citar nomes:
“Uma das coisas mais graves que aconteceram no banco foi quando não tomaram empréstimos por 16 meses, num momento de juros baixos. Quando você não tem liquidez, você não investe.”
Ela destacou que, sob sua liderança, o NDB foi ao mercado 40 vezes e retomou a concessão de empréstimos, fortalecendo a atuação do banco nos países-membros.
Durante o fórum, Dilma ocupou lugar de destaque na abertura oficial, ao lado do primeiro-ministro chinês Li Qiang, do CEO da Apple, Tim Cook, e do CEO da Qualcomm, Cristiano Amon, entre outras autoridades e líderes empresariais.
Em seu discurso, Li Qiang defendeu a China como “força de estabilização global”, alfinetando os Estados Unidos ao criticar tentativas de impor uma “lei da selva” nas relações internacionais. Também exaltou setores de destaque da economia chinesa, como inteligência artificial, robótica e carros elétricos, citando empresas como DeepSeek e Unitree, de Hangzhou.
O CEO da Mercedes-Benz, Ola Källenius, também participou do evento e declarou que a China será um dos pilares de crescimento da montadora, inclusive com novas parcerias tecnológicas.
Fundado em 2015 pelos países do Brics, o NDB tem como missão financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos países-membros e em economias emergentes. A reeleição de Dilma fortalece a presença diplomática do Brasil no banco, que busca consolidar-se como alternativa aos tradicionais bancos multilaterais ocidentais.
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