Brasil / Política
Glauber Braga encerra greve de fome após acordo com presidente da Câmara sobre processo de cassação
Deputado do PSOL terá 60 dias para defesa antes de votação em plenário; protesto denunciava perseguição e ataque a garantias parlamentares
17/04/2025
20:30
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) decidiu nesta quinta-feira (17) encerrar a greve de fome que mantinha há mais de uma semana, em protesto contra o avanço do processo que pode levar à cassação de seu mandato na Câmara dos Deputados. A decisão foi tomada após acordo com o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), que garantiu prazo de 60 dias para a defesa antes de qualquer votação em plenário.
Desde o dia 9 de abril, o parlamentar estava dormindo nas dependências da Câmara e se alimentando apenas com água, soro e isotônicos, como forma de protesto contra o que chamou de “perseguição política”.
“Garanto que, após a deliberação da CCJ, qualquer que seja ela, não submeteremos o caso do deputado ao plenário da Câmara antes de 60 dias, para que ele possa exercer plenamente sua defesa”, declarou Hugo Motta.
Ao anunciar a suspensão do jejum, Glauber agradeceu o apoio de movimentos sociais, parlamentares e militantes, destacando que a luta continua.
“Estou suspendendo essa greve de fome, mas não estamos suspendendo a luta contra o Orçamento Secreto, nem a luta pela responsabilização dos assassinos de Marielle, nem contra os golpistas de plantão”, afirmou o deputado.
O acordo foi articulado também com a participação da deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) — companheira de Glauber — e do líder do PT, Lindbergh Farias (RJ).
Glauber Braga é alvo de um pedido de cassação apresentado pelo partido Novo, que o acusa de agredir e expulsar, com empurrões e chutes, um militante do MBL (Movimento Brasil Livre) nas dependências da Câmara. O episódio foi analisado pelo Conselho de Ética, que deu aval ao prosseguimento do processo.
O relator do caso, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), entendeu que houve quebra de decoro parlamentar. A decisão foi criticada por Glauber, que acusou Magalhães de conduzir o caso com parcialidade.
A defesa agora será apresentada à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que irá analisar um recurso do PSOL questionando vícios no processo, a suspeição do relator e a desproporcionalidade da penalidade. Caso o recurso seja rejeitado, o processo segue para o plenário da Câmara, onde são necessários ao menos 257 votos favoráveis para a perda do mandato.
A deputada Sâmia Bomfim confirmou que o PSOL protocolará o recurso na próxima terça-feira (22). O documento tem cerca de 90 páginas e pede que o processo retorne ao Conselho de Ética para correção das supostas irregularidades.
“A decisão do Hugo Motta já representa um recuo importante diante da mobilização que foi feita para impedir uma injustiça política”, afirmou Talíria Petrone (PSOL-RJ), líder do partido na Câmara.
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