Política / Religião
Movimentação de Emmanuel Macron em Roma levanta suspeitas de interferência na escolha do novo papa
Reunião com cardeais franceses e membros da Comunidade de Sant’Egidio provoca tensão no Vaticano e reabre debate sobre o papel da França na Igreja
03/05/2025
08:45
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Com a proximidade do conclave que definirá o sucessor do Papa Francisco, a atuação do presidente francês Emmanuel Macron em encontros com líderes católicos na Embaixada da França junto à Santa Sé tem provocado desconforto nos bastidores do Vaticano e reativado antigas tensões diplomáticas entre França e Itália, segundo publicações do El País e Le Monde.
Macron teria participado de um jantar reservado com cardeais franceses e representantes da Comunidade de Sant’Egidio, grupo católico com forte atuação em causas sociais e afinado com o perfil progressista de Francisco. Um dos participantes do encontro foi o cardeal Jean-Marc Aveline, arcebispo de Marselha, nome que aparece entre os possíveis candidatos ao trono de São Pedro.
A presença de Macron e sua aproximação com setores específicos da Igreja estão sendo vistas por analistas italianos como uma possível tentativa de influência sobre o conclave, favorecendo nomes que possam manter o legado reformista de Francisco. O gesto, porém, contraria a tradição de laicidade do Estado francês, que mantém formalmente uma separação entre política e religião desde 1905.
A movimentação já repercute entre setores conservadores do Vaticano, que consideram impróprio o envolvimento político direto em um processo de escolha papal. Macron já havia sido criticado por participar de uma missa celebrada por Francisco em Marselha, em setembro de 2023, o que reacendeu o debate sobre secularismo na França, especialmente em um momento em que a laicidade é fortemente defendida por parte da sociedade francesa.
O próximo conclave será formado por 135 cardeais eleitores de 71 países, refletindo a crescente diversidade da Igreja Católica. Entre os favoritos à sucessão estão:
Pietro Parolin, italiano e atual secretário de Estado do Vaticano, considerado uma opção de continuidade diplomática e institucional;
Luis Antonio Tagle, das Filipinas, conhecido como o “Francisco asiático”, por sua postura pastoral, simplicidade e apelo internacional, especialmente na Ásia e África;
Jean-Marc Aveline, francês, próximo do Papa Francisco e símbolo da ala progressista da Igreja na Europa.
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