Política Internacional / Economia
Lula reforça parceria com China e critica guerras comerciais e conflitos em discurso ao lado de Xi Jinping
Brasil garante R$ 27 bilhões em investimentos chineses e sela acordos em agricultura, energia, tecnologia e infraestrutura
13/05/2025
10:15
DA REDAÇÃO
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a cerimônia de boas-vindas, no Grande Palácio do Povo. — Foto: Ricardo Stuckert/ Presidência da República
Em visita oficial à China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (13), em Pequim, que a relação entre Brasil e China "nunca foi tão necessária" diante de um cenário global cada vez mais instável e fragmentado. Ao lado do presidente chinês, Xi Jinping, Lula defendeu o comércio multilateral, criticou as guerras comerciais e reiterou sua posição contra os conflitos armados na Ucrânia e na Faixa de Gaza.
“Guerras comerciais não têm vencedores. Elas elevam os preços, deprimem as economias e corroem a renda dos mais vulneráveis em todos os países”, afirmou Lula. “O presidente Xi Jinping e eu defendemos um comércio justo e baseado nas regras da Organização Mundial do Comércio.”
Na segunda-feira (12), o governo brasileiro já havia anunciado a captação de cerca de R$ 27 bilhões em investimentos vindos da China, envolvendo setores como:
Energia limpa
Carros elétricos
Mineração
Delivery
Indústria aeroespacial
Alimentos e bebidas
Entre os anúncios de destaque estão:
Empresa | Setor | Investimento estimado |
---|---|---|
GAC (automóveis) | Montadora | R$ 6 bilhões |
Meituan (delivery) | App Keeta | R$ 5 bilhões |
CGN (energia nuclear) | Hub de energia renovável no Piauí | R$ 3 bilhões |
Envision | Parque industrial net-zero | R$ 5 bilhões |
Mixue | Bebidas e sorvetes | R$ 3,2 bilhões |
Baiyin Nonferrous | Mineração de cobre (AL) | R$ 2,4 bilhões |
A ApexBrasil também confirmou avanços com empresas como DiDi, Longsys (semicondutores), e grupos do setor farmacêutico e de entretenimento. O Brasil também firmou memorandos e protocolos de cooperação em agricultura, ciência e tecnologia, energia e infraestrutura.
Após a reunião, Brasil e China divulgaram duas notas conjuntas. A primeira tratou da guerra na Ucrânia, manifestando apoio à retomada das negociações entre Rússia e Ucrânia. A segunda destacou:
Críticas às guerras tarifárias
Defesa do comércio multilateral
Apoio à reforma da ONU
Fortalecimento da parceria bilateral
O Brasil também reiterou sua adesão ao princípio de Uma Só China, reconhecendo Taiwan como parte do território chinês.
Lula reforçou sua posição contrária a conflitos armados e defendeu uma solução diplomática para os casos da Ucrânia e de Gaza:
“A humanidade se apequena diante das atrocidades cometidas em Gaza. Não haverá paz sem um Estado da Palestina independente e viável ao lado do Estado de Israel.”
A missão brasileira à China contou com 11 ministros, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e cerca de 200 empresários. Antes de Pequim, a comitiva esteve em Moscou, onde Lula se reuniu com o presidente Vladimir Putin e defendeu um cessar-fogo na Ucrânia.
A ApexBrasil identificou 400 oportunidades comerciais com a China, com foco no agronegócio. Empresários brasileiros inauguraram um novo escritório em Pequim para facilitar a exportação de carnes ao mercado chinês.
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