Política / Justiça
Entenda em 5 pontos o depoimento de Bolsonaro ao STF sobre tentativa de golpe e ataques à democracia
Ex-presidente negou plano de golpe, chamou apoiadores de “malucos” e evitou responder sobre urnas; Moraes e Fux participaram do interrogatório
12/06/2025
08:15
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestou depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (10), como réu no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Durante duas horas e sete minutos, Bolsonaro respondeu a perguntas dos ministros Alexandre de Moraes (relator), Luiz Fux, do procurador-geral da República Paulo Gonet e de advogados. Veja os 5 principais pontos do interrogatório:
Bolsonaro negou ter tramado um golpe, mas admitiu ter discutido com comandantes militares possibilidades “dentro da Constituição” após sua derrota para Lula (PT). Ele afirmou que, após poucas reuniões, o tema foi abandonado:
“Abandonamos qualquer possibilidade de uma ação constitucional e enfrentamos o ocaso do nosso governo”, disse.
Ao mencionar a ideia de decretar estado de sítio, Bolsonaro indicou que havia discussões sobre medidas excepcionais mesmo sem justificativa legal. Especialistas apontam que o ex-presidente usou um argumento de "legalidade instrumental", muito presente no meio militar, para afrontar a Constituição ao tratar medidas inconstitucionais como se fossem legítimas.
Sobre os manifestantes que montaram acampamentos em frente a quartéis pedindo intervenção militar, Bolsonaro disse:
“Tem sempre uns malucos ali com aquela ideia de AI-5, intervenção militar... jamais os chefes militares embarcariam nisso.”
A declaração contrasta com sua atuação após a eleição, quando evitou condenar os atos e chegou a estimular a mobilização desses grupos.
Bolsonaro alegou que os cortes na verba publicitária à imprensa durante seu governo foram motivados por limites fiscais:
“Não é que eu cortei propaganda por maldade. É que eu tinha teto de gastos.”
No entanto, durante seu mandato, o ex-presidente protagonizou reiterados ataques à imprensa, xingou jornalistas, cancelou assinaturas de jornais, cortou publicidade em veículos críticos e pressionou empresas a não anunciar em determinados meios de comunicação.
Questionado diretamente por Moraes sobre quais evidências tinha para alegar fraude nas urnas eletrônicas, Bolsonaro evitou responder. Em vez disso, citou:
Declarações de outros políticos, como Flávio Dino e Carlos Lupi
O relatório da PF com críticas técnicas ao sistema eleitoral
Sua defesa histórica do voto impresso
“A suspeição das urnas não é algo privativo meu”, disse, tentando diluir a responsabilidade.
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