Palmas (TO), Sábado, 13 de Setembro de 2025

Artigo

O Brasil merece respeito

13/09/2025

10:00

Júlio César Cardoso

©DIVULGAÇÃO

Em 11 de setembro de 2025, o Supremo Tribunal Federal condenou o ex-presidente da República Jair Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado. As penas variam entre 2 a 27 anos de prisão em regime fechado. A decisão representa um marco na defesa da democracia brasileira.

Embora alguns considerem as penas brandas ou exageradas, o julgamento serve como exemplo contra práticas antidemocráticas. O debate sobre consequências adicionais, como perda de patentes ou cargos públicos, ainda está em curso.

Jair Bolsonaro foi condenado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

O destaque do julgamento foi a atuação do ministro Fux, que, em interminável verborragia jurídica enfadonha de 14 horas protagonizou uma confusão jurídica desnecessária. E na ânsia de proteger Jair Bolsonaro, Fux acabou criando uma contradição gritante: absolveu o ex-presidente enquanto condenava seus subordinados Braga Neto e Mauro Cid, como se os atos deles tivessem ocorrido por geração espontânea. Essa postura revela não só incoerência jurídica, mas também uma preocupante falta de compromisso com a ética e os valores democráticos.

Os prepotentes, os que se consideram acima da lei, os indisciplinados contumazes de comportamentos incivilizados, que desrespeitam as regras democráticas, todos eles, naufragarão diante da Justiça. Ela existe para corrigir os transgressores, sejam eles presidentes da República ou não.

Bolsonaro e todos os seus filhos são pessoas prepotentes, sarcásticas e debochadas. Durante a pandemia, a postura desumana de Bolsonaro contribuiu para milhares de mortes evitáveis. Enquanto o país chorava as suas perdas, Bolsonaro ironizava as vítimas -"não sou coveiro" "é apenas uma gripezinha" - e promovia medicamento sem eficácia comprovada, ignorando a ciência e o sofrimento da população. Em vez de liderar com responsabilidade, refugiou-se em Santa Catarina com a sua patota, para esquiar, alheio à dor de milhares.

Bolsonaro não é, nem de longe, uma referência de integridade. Seu passado militar e político é marcado por indisciplina, desprezo à hierarquia e flertes com o autoritarismo.

A tentativa fracassada de se perpetuar no poder, acompanhada de atos golpistas e desrespeito às decisões judiciais, escancara o risco que sua liderança representa às instituições democráticas.

E para quem ainda tem Bolsonaro como símbolo de honestidade, é preciso lembrar os escândalos que o cercam: rachadinhas, imóveis comprados com dinheiro vivo, joias não declaradas, salários generosos à família pagos com recursos públicos e doações milionárias via Pix (18 milhões) - tudo isso levanta sérias dúvidas sobre a sua integridade política.

Quando se vê uma turba incitada acusando o STF de perseguição, o que se presencia é a negação deliberada da realidade. Trata-se de um fanatismo perigoso, que transforma a política em espetáculo e ameaça os pilares da democracia.

Jair Bolsonaro, com a sua condenação, colhe os frutos de sua própria trajetória.

 


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