JUSTIÇA
João de Deus é condenado a mais de 109 anos de prisão por crimes sexuais
A defesa vai recorrer da sentença
08/12/2022
18:00
NAOM
©ARQUIVO
O Tribunal de Justiça de Goiás condenou ontem o médium João de Deus a 109 anos e 11 meses de prisão por crimes sexuais em três processos que também exigem do médium o pagamento de indenizações por danos morais de até R$ 100 mil às vítimas. A defesa vai recorrer da sentença.
Apesar da decisão do juiz Marcos Boetchat Lopes Filho, da comarca de Abadiânia, João de Deus permanecerá em prisão domiciliar.
As condenações de ontem contra o médium foram:
Crimes sexuais contra cinco vítimas: 51 anos e 9 meses de reclusão em regime inicialmente fechado por crimes entre 2010 e 2016;
Crimes sexuais contra três vítimas: 16 anos e 10 meses de reclusão em regime inicialmente fechado por crimes entre 2011 e 2013;
Crimes sexuais contra cinco vítimas: 41 anos e 4 meses de reclusão em regime inicialmente fechado por crimes entre 2010 e 2015.Como o médium já havia sido condenado em outros processos, as penas de João de Deus somam mais de 223 anos e três meses de detenção.
As outras condenações são as seguintes:
COMO ELE FOI PRESO?
João de Deus foi preso pela primeira vez no dia 16 de dezembro de 2018, depois que algumas mulheres o denunciaram por abuso sexual no dia 7 de dezembro daquele ano. Elas afirmavam que foram abusadas sexualmente durante os atendimentos espirituais na casa Dom Inácio de Loyola.
Em março de 2020, João de Deus deixou a cadeia e passou para o regime de prisão domiciliar, em Anápolis, voltando para o presídio em agosto de 2021. No mês seguinte, ele voltou para o regime domiciliar, onde segue preso.
Ao UOL, o TJ de Goiás informou que ainda tramita "sete ações penais da mesma natureza" que "devem ser julgadas até março do ano que vem".
O QUE DIZ A DEFESA DE JOÃO DE DEUS?
"A defesa irá recorrer das sentenças perante o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás uma vez que desconsideraram aspecto relevantes dos argumentos apresentados pela defesa, em especial a inobservância do prazo decadencial de seis meses para a representação da vítima", disse Anderson Van Gualberto, advogado de defesa.
A defesa diz ainda ser "não menos relevante" o que chama de "fragilidade dos argumentos da acusação quanto a condição de vulnerabilidade das supostas vítimas".
"Todas eram capazes, tinham plena consciência dos seus atos e se dirigiram espontaneamente até a Casa de Dom Inácio em Abadiânia, em alguns casos ali retornando diversas vezes", concluiu.
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