Palmas (TO), Domingo, 16 de Junho de 2024

POLÍCIA

Gerente suspeita de desvios em banco fez três mil transações mensais em contas pessoais, diz delegado

Funcionária tinha salário de cerca de R$ 5 mil e investigação identificou movimentações de até R$ 192 mil. No total foram desviados quase R$ 250 mil.

23/05/2024

07:31

G1

Indiciada trabalhava em uma agência do Banco do Brasil no Bico do Papagaio — Foto: Reprodução/Google Street View

A gerente de banco indiciada por suspeita de fazer desvios que geraram um prejuízo de quase R$ 250 mil em agência de Augustinópolis, no Bico do Papagaio, fez movimentações nas contas pessoais que variavam de R$ 15 mil a R$ 192 mil por mês. É o que descobriu a investigação feita pelo delegado da Polícia Civil Jacson Wutke.

O inquérito policial foi concluído na quarta-feira (22) e enviado para o Poder Judiciário e Ministério Público Estadual (MPTO). A indiciada pode responder por furto qualificado pelo abuso de confiança e emprego de fraude em pelo menos 27 ocasiões. O nome da suspeita indiciada não foi divulgado e o g1 não conseguiu contato com a defesa dela.

De acordo com a investigação da Polícia Civil, a mulher de 34 anos era responsável pela tesouraria da agência do Banco do Brasil da cidade e ainda fazia a conferência do dinheiro. Os desvios começaram no segundo semestre de 2019 e seguiram até dezembro de 2021.

O Banco do Brasil informou que as investigações iniciaram a partir de apuração interna e informou as autoridades policiais. Também afirmou que colabora com as investigações. (Veja posicionamento completo no fim da reportagem)

Ela tinha uma remuneração de cerca de R$ 5 mil, mas ao conseguir na Justiça a quebra do sigilo bancário e fiscal, os agentes descobriram que ela chegou a movimentar mensalmente até o triplo do salário. O caso foi descoberto quanto ela tirou férias e a pessoa que a substituiu percebeu que havia um desfalque financeiro no setor.

Ela chegou a ser comunicada pelo banco, segundo investigação, sobre o desfalque, mas não se apresentou para dar as explicações à funcionária que estava cobrindo as férias.

As movimentações nas contas pessoais da gerente aumentaram justamente quando os desvios começaram. Segundo o delegado, ela era responsável pela contagem financeira e teria registrado no sistema valores de abastecimento aos caixas eletrônicos, mas na realidade não incluía o dinheiro nas máquinas.

Chamou a atenção da polícia que as contas pessoais da gerente chegaram a ter três mil transações bancárias por mês, entre créditos e débitos. Isso dá uma média de 100 transações diárias, que seriam com os valores desviados.

No período investigado, também foi descoberto que houve depósitos em espécie que passam de R$ 18 mil por mês. Isso dá o triplo do salário da gerente e gerou desconfiança dos investigadores.

No inquérito, a polícia concluiu que os ganhos financeiros da mulher eram incompatíveis com a remuneração como funcionária do banco, já que a movimentação mensal nas contas variava entre o mínimo de R$ 15,8 mil e o máximo de R$ 192 mil. No total, foi identificado um prejuízo de R$ 245.990 mil da instituição bancária.

Explicação

A mulher chegou a se defender em depoimento, alegando que o dinheiro seria resultado de vendas e consórcios, mas a defesa não conseguiu comprovar a versão ao se explicar no banco e à polícia.

Os investigadores ainda levaram em consideração o fato de a mulher mentir ao apresentar diferentes versões da situação durante processo disciplinar que respondia ao banco. Ela foi afastada das funções e demitida da instituição. Atualmente, segundo o delegado, a mulher responde ao processo em liberdade.

O que diz o Banco do Brasil

Veja nota na íntegra:

O Banco do Brasil informa que as investigações iniciaram a partir de apuração interna, que detectou irregularidades, as quais foram comunicadas às autoridades policiais.

O BB, no seu âmbito de atuação, colabora com as autoridades na investigação de fraudes com repasse de informações e subsídios; e possui processos estabelecidos para apuração de eventuais falhas em procedimentos internos ou envolvimento de pessoa do seu quadro funcional. A conduta de funcionários do Banco envolvidos em irregularidades é analisada sob o aspecto disciplinar em processos que são analisados em sigilo.

O Banco do Brasil reitera seu compromisso de continuar colaborando para o avanço das investigações e apurações das autoridades policiais.


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