Palmas (TO), Terça-feira, 25 de Junho de 2024

POLÍCIA

Gerente suspeita de desvios em banco fez três mil transações mensais em contas pessoais, diz delegado

Funcionária tinha salário de cerca de R$ 5 mil e investigação identificou movimentações de até R$ 192 mil. No total foram desviados quase R$ 250 mil.

23/05/2024

07:31

G1

Indiciada trabalhava em uma agência do Banco do Brasil no Bico do Papagaio — Foto: Reprodução/Google Street View

A gerente de banco indiciada por suspeita de fazer desvios que geraram um prejuízo de quase R$ 250 mil em agência de Augustinópolis, no Bico do Papagaio, fez movimentações nas contas pessoais que variavam de R$ 15 mil a R$ 192 mil por mês. É o que descobriu a investigação feita pelo delegado da Polícia Civil Jacson Wutke.

O inquérito policial foi concluído na quarta-feira (22) e enviado para o Poder Judiciário e Ministério Público Estadual (MPTO). A indiciada pode responder por furto qualificado pelo abuso de confiança e emprego de fraude em pelo menos 27 ocasiões. O nome da suspeita indiciada não foi divulgado e o g1 não conseguiu contato com a defesa dela.

De acordo com a investigação da Polícia Civil, a mulher de 34 anos era responsável pela tesouraria da agência do Banco do Brasil da cidade e ainda fazia a conferência do dinheiro. Os desvios começaram no segundo semestre de 2019 e seguiram até dezembro de 2021.

O Banco do Brasil informou que as investigações iniciaram a partir de apuração interna e informou as autoridades policiais. Também afirmou que colabora com as investigações. (Veja posicionamento completo no fim da reportagem)

Ela tinha uma remuneração de cerca de R$ 5 mil, mas ao conseguir na Justiça a quebra do sigilo bancário e fiscal, os agentes descobriram que ela chegou a movimentar mensalmente até o triplo do salário. O caso foi descoberto quanto ela tirou férias e a pessoa que a substituiu percebeu que havia um desfalque financeiro no setor.

Ela chegou a ser comunicada pelo banco, segundo investigação, sobre o desfalque, mas não se apresentou para dar as explicações à funcionária que estava cobrindo as férias.

As movimentações nas contas pessoais da gerente aumentaram justamente quando os desvios começaram. Segundo o delegado, ela era responsável pela contagem financeira e teria registrado no sistema valores de abastecimento aos caixas eletrônicos, mas na realidade não incluía o dinheiro nas máquinas.

Chamou a atenção da polícia que as contas pessoais da gerente chegaram a ter três mil transações bancárias por mês, entre créditos e débitos. Isso dá uma média de 100 transações diárias, que seriam com os valores desviados.

No período investigado, também foi descoberto que houve depósitos em espécie que passam de R$ 18 mil por mês. Isso dá o triplo do salário da gerente e gerou desconfiança dos investigadores.

No inquérito, a polícia concluiu que os ganhos financeiros da mulher eram incompatíveis com a remuneração como funcionária do banco, já que a movimentação mensal nas contas variava entre o mínimo de R$ 15,8 mil e o máximo de R$ 192 mil. No total, foi identificado um prejuízo de R$ 245.990 mil da instituição bancária.

Explicação

A mulher chegou a se defender em depoimento, alegando que o dinheiro seria resultado de vendas e consórcios, mas a defesa não conseguiu comprovar a versão ao se explicar no banco e à polícia.

Os investigadores ainda levaram em consideração o fato de a mulher mentir ao apresentar diferentes versões da situação durante processo disciplinar que respondia ao banco. Ela foi afastada das funções e demitida da instituição. Atualmente, segundo o delegado, a mulher responde ao processo em liberdade.

O que diz o Banco do Brasil

Veja nota na íntegra:

O Banco do Brasil informa que as investigações iniciaram a partir de apuração interna, que detectou irregularidades, as quais foram comunicadas às autoridades policiais.

O BB, no seu âmbito de atuação, colabora com as autoridades na investigação de fraudes com repasse de informações e subsídios; e possui processos estabelecidos para apuração de eventuais falhas em procedimentos internos ou envolvimento de pessoa do seu quadro funcional. A conduta de funcionários do Banco envolvidos em irregularidades é analisada sob o aspecto disciplinar em processos que são analisados em sigilo.

O Banco do Brasil reitera seu compromisso de continuar colaborando para o avanço das investigações e apurações das autoridades policiais.


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