Palmas (TO), Quarta-feira, 15 de Janeiro de 2025

POLÍTICA

Defesa de Braga Netto e outros indiciados contestam acusações da PF sobre tentativa de golpe

Indiciados negam envolvimento e alegam falta de elementos em investigação sobre trama para impedir posse de Lula

21/11/2024

20:05

NAOM

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

A defesa dos indiciados no inquérito da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe em 2022 contestou as acusações divulgadas no relatório final da investigação, concluído nesta quinta-feira (21). O relatório aponta o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 36 pessoas como responsáveis por crimes de abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa.

Entre os indiciados estão o ex-ministro da Defesa e candidato a vice em 2022, general Braga Netto, o ex-ministro do GSI, Augusto Heleno, o ex-diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, além de outros nomes ligados ao governo Bolsonaro.

Defesa de Braga Netto questiona divulgação de informações

A defesa de Braga Netto afirmou, por meio de nota, que repudia "veementemente" a "indevida difusão de informações" à imprensa antes que as partes envolvidas tivessem acesso aos elementos do inquérito. "A defesa aguardará o recebimento oficial dos elementos informativos para adotar um posicionamento formal e fundamentado", conclui o comunicado.

Outros indiciados rebatem acusações

  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, informou que só irá se posicionar após acessar o relatório completo de indiciamento.

  • A defesa de Marcelo Costa Câmara e Tércio Arnaud Tomaz afirmou discordar "veementemente" do indiciamento, alegando que não há elementos que sustentem o envolvimento dos dois na tentativa de golpe. O comunicado expressa confiança de que o Ministério Público demonstrará que a denúncia é baseada em "elementos insuficientes ou especulativos".

  • Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, em publicação na rede social X (ex-Twitter), negou envolvimento e afirmou que estava fora do Brasil em 2022. Ele também acusou o ministro Alexandre de Moraes de promover "uma campanha de intimidação".


Investigação da Polícia Federal

Segundo a PF, o indiciamento foi embasado em dois anos de diligências, incluindo:

  • Quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário e fiscal;
  • Colaboração premiada;
  • Buscas e apreensões autorizadas pelo Poder Judiciário.

As provas obtidas foram consideradas suficientes para apontar a participação dos investigados na trama que visava impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O próximo passo cabe ao Ministério Público Federal (MPF), que decidirá se oferece denúncia contra os indiciados ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Caso a denúncia seja aceita pelo STF, os acusados se tornarão réus e poderão responder formalmente pelos crimes apontados.


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