Palmas (TO), Quarta-feira, 15 de Janeiro de 2025

POLÍTICA

Mauro Cid confirma presença de Braga Netto em reunião com militares indiciados

Ex-ministro e general é apontado pela PF como participante de encontro com militares ligados a planos golpistas em novembro de 2022.

22/11/2024

15:45

NAOM

DA REDAÇÃO

©ARQUIVO

O tenente-coronel Mauro Cid revelou, em depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que o ex-ministro Walter Braga Netto esteve presente em uma reunião com militares indiciados por planos golpistas, realizada em 12 de novembro de 2022.

Segundo Cid, ele mesmo levou os tenentes-coronéis Rafael de Oliveira e Hélio Ferreira Lima ao apartamento de Braga Netto, em Brasília. Apesar disso, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro deixou o local cerca de 20 minutos após a chegada para cumprir outras agendas no Palácio da Alvorada. Como prova, apresentou registros de entrada e saída no Alvorada.

A presença de Braga Netto já havia sido apontada pela Polícia Federal (PF) em relatórios da investigação, embora o general negasse a interlocutores que tivesse recebido militares em seu apartamento na data mencionada.


O que foi discutido na reunião?

De acordo com fontes que acompanharam o depoimento, Mauro Cid afirmou não saber o que foi debatido durante o encontro. Ele também disse desconhecer se o ex-presidente Jair Bolsonaro sabia do suposto plano do general da reserva Mario Fernandes para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.


Cenário de tensão durante o depoimento

Mauro Cid compareceu ao STF na tarde de quinta-feira (21), levando consigo uma mala com pertences pessoais, temendo que fosse preso ao final do depoimento. Esse temor surgiu devido a um episódio em março deste ano, quando Cid foi detido após depoimento relacionado a áudios em que criticava a PF e Moraes.

Desta vez, o tenente-coronel negou novamente qualquer envolvimento ou conhecimento sobre planos de assassinato, e Moraes considerou as informações fornecidas como relevantes, mantendo válido o acordo de colaboração premiada de Cid.


Repercussões e próximos passos

A defesa de Braga Netto ainda não se pronunciou sobre as declarações de Mauro Cid. Enquanto isso, a Polícia Federal e o STF continuam apurando as conexões entre os participantes do encontro e os supostos planos golpistas.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, manifestou-se contra a anulação do acordo de delação de Mauro Cid, permitindo que as investigações sigam baseadas nas informações apresentadas.


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