Polícia / Justiça
Suspeito de feminicídio afirma em depoimento que tentou “acalmar” namorada com cabo de vassoura
Delvânia Campelo morreu após 21 dias internada; agressor está preso e responde por feminicídio consumado
13/04/2025
08:00
DA REDAÇÃO
Delvânia e Gilman namoravam desde o segundo semestre de 2024 — Foto: Reprodução/ Redes sociais
No vídeo do primeiro depoimento à Polícia Civil, Gilman Rodrigues da Silva, de 47 anos, alega que agiu em legítima defesa no dia 22 de março, quando sua então namorada, Delvânia Campelo da Silva, de 50 anos, foi brutalmente agredida em uma chácara na zona rural de Caseara (TO). A vítima faleceu no dia 11 de abril após 21 dias de internação no Hospital Geral de Palmas (HGP). A Polícia já indiciou o suspeito por feminicídio consumado, e ele está preso preventivamente desde o dia 3 de abril.
“Ela veio para cima. Peguei o cabo do vassourão e fui para cima para acalmar ela”, declarou Gilman no vídeo divulgado pela TV Anhanguera. Segundo ele, a vítima estaria “fora do normal” e teria começado as agressões.
A versão apresentada por Gilman é contestada pela Polícia Civil, que aponta fortes indícios de feminicídio. O delegado José Lucas Melo afirmou que o suspeito tentou desqualificar a vítima ao alegar legítima defesa, mas seu comportamento contradiz os fatos apurados:
“Se ele alega que estava sendo agredido, por que mandou mensagens dizendo que estava tudo bem? Ele retardou o socorro, apagou os áudios e fugiu do local”, destacou o delegado.
Segundo a investigação, após as agressões, Delvânia chegou a pedir socorro em um grupo de mensagens, mas Gilman apagou os áudios e tentou acalmar os contatos da vítima com mensagens tranquilizadoras. Ela foi socorrida somente após ser vista por um caseiro, já inconsciente e com múltiplos ferimentos na cabeça.
22 de março: Agressões ocorrem na chácara em Caseara; Delvânia é socorrida e transferida para Palmas
25 de março: Gilman se apresenta à delegacia em Paraíso e presta depoimento; é liberado por ausência de flagrante
3 de abril: Prisão preventiva é decretada e cumprida
11 de abril: Delvânia morre no HGP
12 de abril: Polícia conclui inquérito e indicia Gilman por feminicídio consumado
Mesmo diante da dor da perda, a família de Delvânia autorizou a doação de múltiplos órgãos, que estão sendo destinados a pacientes do Sistema Nacional de Transplantes (SNT). A Secretaria de Estado da Saúde (SES) confirmou o início dos exames e procedimentos para captação.
A defesa técnica de Gilman Rodrigues, por meio do advogado Marcos Candal, emitiu nota manifestando “profundo pesar” pelo falecimento da vítima e afirmou que aguarda a conclusão das investigações para que os fatos sejam esclarecidos:
“Todos têm direito à ampla defesa, e esperamos que o inquérito traga luz aos fatos, inclusive anteriores ao dia do ocorrido”, afirma a nota assinada pelo advogado.
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