Política / Justiça
PGR pediu prisão de Mauro Cid após familiares deixarem o Brasil; Moraes autorizou só prisão de Gilson Machado
Procurador-geral Paulo Gonet apontou risco de fuga e obstrução de justiça por parte do ex-ajudante de Bolsonaro
13/06/2025
10:30
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF), ontem, quinta-feira (12), a prisão preventiva de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, após a saída do Brasil de familiares diretos do delator, incluindo sua esposa, filhas e pais. A medida foi motivada por suspeitas de que o grupo poderia estar preparando uma fuga internacional.
O procurador-geral Paulo Gonet também solicitou a prisão do ex-ministro do Turismo Gilson Machado, acusado de intermediar um plano para emissão de passaporte português para Mauro Cid. Apenas a prisão de Machado foi acatada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, que preferiu negar a detenção de Cid, mas autorizou buscas e apreensões.
De acordo com a representação enviada pela PGR ao STF, os pais, a esposa e as filhas de Mauro Cid deixaram o Brasil em maio de 2025, em um voo com escala no Panamá e destino final em Los Angeles, Estados Unidos. A ausência de registros migratórios referentes a uma das filhas levantou suspeitas de irregularidade ou tentativa de ocultação da viagem.
Além disso, a PGR destacou a possibilidade de que Cid tentasse obter passaportes em outras embaixadas estrangeiras, o que acentuaria o risco de fuga e violação de medidas cautelares impostas no curso das ações penais.
Na representação entregue ao ministro Alexandre de Moraes, o procurador Paulo Gonet pediu:
Prisão preventiva de Mauro Cid e Gilson Machado
Busca e apreensão pessoal e domiciliar de ambos, com foco em documentos, eletrônicos e comunicações
Quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático de Mauro Cid, abrangendo o período de 1º de janeiro a 5 de junho de 2025
A PGR argumentou que as evidências encontradas no celular de Cid e os movimentos recentes de seus familiares reforçavam o risco de obstrução da Justiça e a possibilidade de evadir-se do país, em meio ao processo no qual é réu por tentativa de golpe de Estado.
Apenas o pedido de prisão de Gilson Machado foi atendido. O ex-ministro do Turismo foi preso nesta sexta-feira (13) em Recife. Ele é acusado de tentar intermediar, junto ao Consulado de Portugal, em maio de 2025, a emissão de um passaporte português para Mauro Cid, que poderia viabilizar sua saída clandestina do país.
Mauro Cid, por sua vez, foi alvo de mandados de busca e apreensão e está na sede da Polícia Federal para prestar depoimento ainda na manhã desta sexta. Sua defesa nega qualquer intenção de fuga e afirma que ele já possui cidadania portuguesa, mas não solicitou nem possui passaporte europeu válido.
Mauro Cid é um dos principais delatores no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro no poder após as eleições de 2022. Ele é réu ao lado do ex-presidente e de outros 29 aliados, acusados de:
Elaborar e divulgar minutas golpistas
Fraudar comprovantes de vacinação
Participar da venda ilegal de joias da Presidência
Promover monitoramento ilegal de ministros e adversários políticos
A nova frente de investigação reforça a tese de que aliados do ex-presidente ainda articulam meios de evitar responsabilizações judiciais.
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