Cotidiano / Justiça
Corpo de Juliana Marins chega ao Rio seis dias após resgate na Indonésia
Família exige nova autópsia para investigar possíveis falhas no socorro prestado por autoridades locais
01/07/2025
19:40
DA REDAÇÃO
Chegada no Galeão do Corpo da niteroiense que morreu na Indonésia, Juliana — Foto: Alexandre Cassiano
O corpo da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, chegou ao Rio de Janeiro nesta terça-feira (1º), seis dias após ser resgatado no Monte Rinjani, na Indonésia, onde ela morreu durante uma trilha. A jovem será submetida a uma nova autópsia nesta quarta-feira (2), no Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, com acompanhamento da Polícia Federal e de um representante da família, conforme decisão da Justiça Federal.
O translado internacional foi feito por um voo da Emirates até São Paulo e, de lá, pela Força Aérea Brasileira (FAB) até a Base Aérea do Galeão, no Rio.
A família aguarda o laudo de uma nova perícia oficial brasileira para esclarecer o horário exato da morte e se houve omissão no resgate realizado pelas autoridades indonésias.
A chegada do corpo emocionou familiares que aguardavam no aeroporto. “Sensação de alívio. Agora vamos poder dar a esse infortúnio um encerramento digno”, declarou o pai de Juliana, Manoel Marins, ao jornal O Globo.
O pedido da nova autópsia foi feito pela Defensoria Pública da União (DPU) após questionamentos da família sobre a atuação das equipes de resgate na Indonésia. A autorização foi concedida pela 7ª Vara Federal de Niterói, que também envolveu a Polícia Federal e o Governo do Estado do Rio de Janeiro na operação.
A primeira autópsia, realizada pelo Hospital Bali Mandara em Denpasar (Indonésia), apontou trauma contuso como causa da morte — com fraturas, hemorragia interna e lesões múltiplas. Mas o laudo não apresentou:
Local exato da queda fatal;
Momento preciso da morte;
Número de quedas sofridas;
Diferença entre horário estimado pela equipe de resgate e o cálculo do legista.
“Não queríamos dar mais esse passo, mas entendemos ser necessário para saber o que realmente aconteceu com a Juliana”, afirmou Mariana Marins, irmã da publicitária.
O legista indonésio estimou que Juliana tenha morrido até 20 minutos após o trauma, com base nas lesões observadas. No entanto, imagens feitas por turistas mostraram a jovem ainda se movendo cerca de três horas após cair na trilha, o que levanta dúvidas sobre o tempo real de sobrevida após o acidente.
A divergência entre a hora da morte apontada pelo hospital e a informação do órgão de resgate da Indonésia (Basarnas) — que alegou ter encontrado Juliana já sem vida no dia anterior — é outro ponto questionado.
Domingo (29/06): Família relata atraso no envio do corpo; Emirates alega superlotação no bagageiro.
Segunda-feira (30/06): Pai de Juliana chega ao Brasil, mas corpo segue retido.
Terça-feira (01/07): Corpo chega a São Paulo às 17h10 e ao Rio às 19h40, em voo da FAB.
Quarta-feira (02/07): Nova autópsia será realizada no IML do Rio de Janeiro.
A DPU afirma que a certidão de óbito emitida pela Embaixada do Brasil em Jacarta “não trouxe informações conclusivas”. A nova autópsia, solicitada com urgência, pretende preservar elementos essenciais para eventual responsabilização por negligência.
A ação foi movida com apoio da prefeitura de Niterói, por meio do Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM), e deve subsidiar novas medidas legais.
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