Palmas (TO), Domingo, 17 de Agosto de 2025

Saúde / Justiça

Associação em MS obtém autorização judicial para produzir e distribuir cannabis medicinal

Decisão vale até setembro e atende pacientes que comprovarem necessidade médica com laudo atualizado

17/08/2025

10:15

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

A Associação Sul-Mato-Grossense de Pesquisa e Apoio à Cannabis Medicinal – Divina Flor, sediada em Campo Grande (MS), conquistou na Justiça o direito de plantar, produzir e distribuir óleo de maconha para fins medicinais. A autorização é temporária, válida até 30 de setembro, e beneficia exclusivamente os pacientes associados que apresentarem prescrição médica.

O que está autorizado

A decisão judicial garante que a associação possa:

  • Cultivar a planta cannabis sativa;

  • Extrair o óleo;

  • Distribuir o medicamento somente dentro da sede da entidade;

  • Atender apenas pacientes cadastrados com laudo médico atualizado a cada seis meses.

Regras para pacientes

Para ter acesso ao tratamento, os associados precisam cumprir requisitos como:

  • Cadastro na plataforma LEGACY, com proteção de dados;

  • Apresentação de documentos pessoais e comprovante de residência;

  • Assinatura de termo de adesão com responsabilidade legal;

  • Prescrição médica válida indicando o uso da cannabis.

A associação afirma que a produção própria é essencial, já que o alto custo dos medicamentos vendidos em farmácias torna inviável o acesso para muitas famílias. Além da distribuição, a Divina Flor desenvolve pesquisas em parceria com instituições científicas para aprimorar a qualidade e a segurança dos extratos.

Contexto jurídico

A decisão ocorre em meio à falta de regulamentação nacional definitiva para o cultivo de cannabis medicinal. Em junho de 2025, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) homologou um Plano de Ação da União e da Anvisa para definir normas de produção em cinco modelos, entre eles o regime associativo — do qual a Divina Flor faz parte.

Segundo o Anuário da Cannabis Medicinal de 2024, cerca de 90 mil pacientes em todo o país recebem produtos através de associações.

O STJ também já havia definido que o cânhamo industrial (com baixo teor de THC) não deve ser considerado ilegal, desde que utilizado exclusivamente para fins medicinais e farmacêuticos.

Impacto e debate

A decisão reforça o entendimento de que a ausência de regulamentação não pode impedir o acesso à saúde, especialmente para pacientes que dependem da cannabis para qualidade de vida. O caso de Mato Grosso do Sul se soma a outros precedentes no país, aumentando a pressão para que o governo federal e a Anvisa acelerem a regulamentação definitiva.


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