Política / Justiça
STF nega pedido de Wanderlei Barbosa para retornar ao governo do Tocantins
Ministro Luís Roberto Barroso rejeita habeas corpus do governador afastado, investigado em operação da Polícia Federal sobre desvio de recursos públicos na compra de cestas básicas
10/10/2025
22:00
DA REDAÇÃO
Wanderlei Barbosa e a primeira-dama Karynne Sotero — Foto: Divulgação/ Consórcio Brasil Central (BrC)
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido de habeas corpus apresentado pela defesa do governador afastado do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), que tentava reassumir o cargo. A decisão, publicada nesta sexta-feira (10), mantém o afastamento determinado desde o início de setembro no âmbito da Operação Fames-19, da Polícia Federal.
Barroso afirmou não haver ilegalidade, abuso de poder ou situação excepcional que justificasse o retorno de Wanderlei ao cargo:
“Diante do exposto, com base no art. 21, §1º, do Regimento Interno do STF, nego seguimento ao habeas corpus”, escreveu o ministro na decisão.
O governador e a primeira-dama Karynne Sotero Campos, também afastada, são investigados por suspeita de desvio de recursos públicos destinados à compra de cestas básicas durante a pandemia de Covid-19. Ambos negam envolvimento no esquema.
A Operação Fames-19, em sua segunda fase, foi deflagrada em 3 de setembro de 2025, por determinação do ministro Mauro Campbell, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). As medidas cautelares afastaram o governador e a primeira-dama por 180 dias e cumpriram 51 mandados de busca e apreensão em quatro estados — Tocantins, Paraíba, Maranhão e Distrito Federal.
As investigações apuram crimes de fraude em licitações, peculato, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, supostamente praticados entre 2020 e 2021. A PF aponta a existência de um núcleo político e empresarial que teria manipulado contratos públicos, desviando recursos de programas sociais durante a pandemia.
Em nota, a defesa de Wanderlei Barbosa afirmou que recorrerá da decisão assim que tiver acesso aos autos:
“As acusações apresentadas contra o Governador não correspondem à realidade dos fatos. A defesa confia que o devido processo legal permitirá uma apuração correta e imparcial, assegurando o pleno exercício do direito de defesa”, diz o comunicado.
A primeira-dama Karynne Sotero também se manifestou, reafirmando respeito às instituições e negando qualquer envolvimento:
“Irei dedicar-me plenamente à minha defesa, convicta de que conseguirei comprovar minha total ausência de participação nos fatos que estão sendo apontados.”
O pedido de habeas corpus foi protocolado no STF em 8 de setembro, inicialmente analisado pelo ministro Edson Fachin, que deixou o caso ao assumir a presidência da Corte. O processo foi então redistribuído a Barroso, que manteve o afastamento.
A negativa reforça a posição do STF de não intervir em medidas cautelares impostas por tribunais superiores quando não há demonstração de abuso ou ilegalidade evidente.
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