Inquérito civil público foi aberto pela 28ª Promotoria de Justiça da capital. Concurso foi realizado em março, mas está suspenso desde abril deste ano.
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Imagens de gabaritos circularam nas redes sociais no dia da prova ©Divulgação |
Um inquérito civil foi aberto pelo Ministério Público para investigar uma suspeita de fraude no concurso da Polícia Militar, em Palmas. A investigação é sobre um celular que foi apreendido durante a aplicação das provas na Escola Municipal Darcy Ribeiro. A promotoria já havia informado sobre as investigações em andamento na capital. Porém, só agora divulgou que se trata de um aparelho apreendido.
O concurso da PM foi realizado em março deste ano, mas acabou sendo suspenso um mês depois, após a cassação do ex-governador Marcelo Miranda (MDB).
A Polícia Militar informou que o certame continua suspenso por decisão judicial e decisão administrativa do Tribunal de Contas do Estado e aguarda ser notificada sobre a instauração da ICP para os encaminhamentos cabíveis. O G1 também entrou em contato com o governo do Tocantins e aguarda um posicionamento sobre a nova investigação.
O inquérito civil público foi aberto pelo promotor Adriano Cásar Pereira das Neves na semana passada. Porém, só foi publicado no diário do Ministério Público desta segunda-feira (24).
Conforme a investigação, o aparelho localizado na escola Darcy Ribeiro estava dentro de um rolo de papel higiênico em um dos banheiros da unidade.
O caso também está sendo investigado pela 2ª Delegacia de Polícia de Palmas, que conseguiu a quebra do sigilo telefônico do suspeito detido com o celular e realizou perícia no aparelho. Porém, a investigação ainda não foi concluída.
Outras investigações
Na época do concurso, um celular também foi apreendido em Araguaína. Várias fotos de gabaritos também chegaram a circular nas redes sociais. Uma investigação foi aberta pela Delegacia de Investigações Criminais e deu origem a operação Aleteia. Na época, 14 pessoas foram presas em Tocantins, Maranhão e Piauí suspeitas de integrar uma quadrilha especializada em fraudar concursos públicos.
O delegado José Anchieta de Menezes afirmou que todo o concurso pode ter sido prejudicado.
"É um dos riscos da continuidade deste concurso da Polícia Militar do Tocantins. Porque ainda não foi possível se chegar ao dano exato e impedir todos que teriam praticado a fraude. Corre o risco de, caso o concurso continue, pessoas que não foram aprovadas da forma devida entrem na Polícia Militar", disse o Anchieta.
Depois disso, o Ministério Público emitiu uma recomendação para que o concurso não seja retomado. Naquela ocasião, o promotor Adriano Cesar Pereira das Neves afirmou que investigações também estavam sendo feitas pela polícia em Palmas e Arraias.
Concurso
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Provas da PM seriam para mais de mil vagas ©Lia Mara/Governo do Tocantins |
As provas do concurso foram aplicadas no dia 11 de março. Foram oferecidas 1 mil vagas para soldado e mais 40 para oficial da PM. Ao todo, mais de 70 mil pessoas fizeram as provas em 17 cidades.
O concurso também é composto por avaliação de capacidade física, avaliação psicológica, médica e odontológica e investigação social. A previsão inicial era que o resultado final de todas as etapas do concurso fosse divulgado em agosto deste ano.
O subsídio inicial durante o Curso de Formação de Oficiais é de R$ 4.499,52 e para o Curso de Formação de Soldados é de R$ 2.215,10.
Por G1 Tocantins