POLÍTICA
Presidente do PL é preso em ação contra “milícia” que planejou golpe
Ação é contra grupo que tentou disseminar mentiras afirmando que houve fraude nas eleições presidenciais
08/02/2024
11:00
DAYANE PAZ
©DIVULGAÇÃO
O presidente do PL (Partido Liberal), Valdemar Costa Neto, foi preso pela Polícia Federal durante a Operação Tempus Veritatis, deflagrada contra grupo que tentou disseminar mentiras afirmando que houve fraude nas Eleições Presidenciais de 2022. A ação policial cumpriu ordens judiciais em Mato Grosso do Sul e outros nove estados.
Valdemar era um dos alvos de mandado de busca e apreensão expedidos pelo STF (Supremo Tribunal Federal), mas, durante varredura no prédio onde mora, em Brasília (DF), onde também funciona a sede do PL, a PF o prendeu por porte ilegal de arma de fogo.
São, ao todo, cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, 4 de prisão e 48 medidas cautelares nos seguintes estados: Mato Grosso do Sul, Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal. A operação conta com o apoio do Exército Brasileiro.
São alvos de mandados de busca e medidas cautelares, confirmados até o momento:
Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente da República; Valdemar Costa Neto, presidente do PL; Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro em 2022; Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública; General Paulo Sérgio Nogueira, ex-comandante do Exército; Almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante-geral da Marinha; General Estevam Cals Theóphilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército; Tércio Arnaud Thomaz, ex-assessor de Bolsonaro e considerado um dos pilares do chamado “gabinete do ódio”.
Ainda foram alvos: Ailton Gonçalves Moraes Barros, capitão reformado do Exército expulso após punições disciplinares; Amauri Feres Saad, advogado citado na CPI dos Atos Golpistas como “mentor intelectual” da minuta do golpe encontrada com Anderson Torres; Angelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército que chegou a ocupar cargo de direção no Ministério da Saúde na gestão Eduardo Pazuello; Cleverson Ney Magalhães, coronel do Exército e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres; Eder Lindsay Magalhães Balbino, empresário que teria ajudado a montar falso dossiê apontando fraude nas urnas eletrônicas; Guilherme Marques Almeida, coronel do Exército e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres; e Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército.
Já os mandados de prisão foram expedidos contra:
Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro; Marcelo Câmara, coronel do Exército citado em investigações como a dos presentes oficiais vendidos pela gestão Bolsonaro e a das supostas fraudes nos cartões de vacina da família Bolsonaro; Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército; e Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do Exército.
Segundo a PF, é apurada uma "tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder".
Nesta fase, as apurações apontam que o grupo se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito. O objetivo era viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.
"Milícia digital" - O primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas Eleições de 2022, por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022.
O segundo eixo de atuação consistiu na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.
Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.
Leia Também
Leia Mais
CCR MSVia alerta para obras com tráfego alternado na BR-163/MS nesta quarta-feira, 15
Leia Mais
Governo Lula prepara campanha às pressas para negar taxação do Pix
Leia Mais
Caixa inicia calendário de aditamentos dos contratos do novo FIES
Leia Mais
Confira seu astral para esta quarta-feira, 15
Municípios