Palmas (TO), Sábado, 21 de Junho de 2025

POLÍTICA

Ex-comandante da Aeronáutica diz à PF que Bolsonaro foi avisado que poderia ser preso se insistisse em plano golpista

15/03/2024

11:00

G1

CAMILA BOMFIM

Ex-comandante da Força Aérea Brasileira, tenente-brigadeiro do ar Carlos Baptista Junior — Foto: CECOMSAER/Divulgação

O ex-comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Jr., disse em depoimento à Polícia Federal que relatou ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ser contra as articulações para golpe de Estado.

E que o ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, afirmou a Bolsonaro, em reunião com os comandantes das Forças Armadas, que teria que prender o ex-presidente se ele tentasse consumar o plano golpista.

"Que em uma das reuniões dos comandantes das Forças com o então presidente após o segundo turno das eleições, depois de o presidente da República, Jair Bolsonaro, aventar a hipótese de atentar contra o regime democrático, por meio de institutos previstos na Constituição (GLO [Garantia da Lei e da Ordem], ou estado de defesa, ou estado de sítio), o então comandante do Exército, general Freire Gomes, afirmou que caso tentasse tal ato teria que prender o presidente da República", disse.

blog teve acesso aos depoimentos tomados no inquérito que trata sobre o plano golpista. O sigilo dos documentos foi retirado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes nesta sexta-feira (15).

Baptista Jr. relatou à PF que o então comandante do Exército listou os atos contra a democracia que o levariam a ter que prender Bolsonaro.

Em outro trecho do depoimento, o ex-comandante da Aeronáutica relata uma outra reunião, em que ele próprio diz ter sido claro com Bolsonaro de que não toparia participar de nenhum plano golpista, e que não haveria qualquer hipótese de ele permanecer no cargo.

"Em outra reunião de comandantes das Forças com o então presidente da República, o depoente deixou evidente a Jair Bolsonaro que não haveria qualquer hipótese do então presidente permanecer no poder após o término do seu mandato. Que deixou claro ao então presidente Jair Bolsonaro que não aceitaria qualquer tentativa de ruptura institucional para mantê-lo no poder", disse Baptista Junior à PF.

Baptista Jr. afirmou que esteve no Palácio da Alvorada cinco ou seis vezes após as eleições de 2022, para participar de reuniões com o então presidente e integrantes da cúpula das Forças Armadas.

Teses refutadas de fraudes

Integrante da Comissão das Forças Armadas que acompanhava as eleições, Baptista Júnior também afirmou que o grupo recebeu da cúpula do governo Bolsonaro várias teses de fraudes no sistema eletrônico de votação. No entanto, todas foram rechaçadas pela comissão.

O Comandante da Aeronáutica disse ter constantemente alertado Bolsonaro de que não havia fraude na eleição.

Depoimento de Freire Gomes

Na quinta-feira (14), a revista "Veja" publicou trechos do depoimento do ex-comandante do Exército, general Freire Gomes. A TV Globo também teve acesso às declarações.

Freire Gomes confirmou à Polícia Federal que o ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou a ele e aos outros comandantes das Forças Armadas uma minuta de decreto para instaurar um estado de defesa no TSE e "apurar a conformidade e legalidade do processo eleitoral" de 2022.


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