ARTIGOS
Converse em família sobre suicídio
23/06/2024
09:30
WILSON AQUINO
©DIVULGAÇÃO
O papel dos pais é de vital importância no lar para evitar o suicídio, que tem aumentado assustadoramente inclusive entre crianças, jovens e adolescentes, no Brasil e no mundo onde uma morte ocorre a cada 40 segundos, principalmente entre pessoas de 15 a 24 anos. O diálogo sobre o assunto em família é indispensável para conter esses números.
Becca Wright, membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, faz uma analogia perfeita sobre a importância de conversar abertamente em família sobre esse problema real da sociedade: “A vida familiar é como uma viagem de ‘rafting’ em águas cheias de correntezas. Enquanto as famílias vestem coletes salva-vidas e capacetes, os pais são como os guias do rio que já passaram por esse caminho. As crianças precisam de nós para alertá-las sobre fortes correntes ou rochas à frente. Se mais adiante no rio, houvesse uma cachoeira devastadora, será que advertiríamos nossos filhos a respeito dela? Será que iríamos instruí-los a remar e aonde ir para desviar a rota ou esperaríamos até que eles estivessem caindo do penhasco para alertá-los?”, comparou Becca.
A resposta óbvia é que é muito melhor prevenir. Instruir e preparar nossas crianças, jovens e adolescentes sobre o perigo das rochas e as traiçoeiras correntezas da vida. Dessa forma, sofrerão menos impacto quando se depararem com as adversidades. Daí a importância de serem bem nutridos sabiamente, com muito amor e espiritualidade para que cresçam fortalecidos para não sucumbir às tempestades.
Alicerçar espiritualmente pessoal e coletivamente a família também é indispensável para que a depressão, que muitas vezes leva ao suicídio, ou à sua tentativa, não se instale entre seus membros. Não é uma regra, mas todo indivíduo e família que vivem os princípios cristãos, em obediência aos ensinamentos e mandamentos de Jesus Cristo, têm maiores chances de se sobressaírem às dificuldades impostas pela vida.
A prevenção do suicídio começa com a quebra do tabu em torno do tema. Muitos pais sentem-se desconfortáveis ou despreparados para abordar assuntos tão sensíveis. No entanto, a abertura para discutir essas questões, de forma honesta e respeitosa, é essencial. Não se trata apenas de falar sobre os riscos, mas também de ouvir atentamente, oferecer suporte e mostrar que há caminhos alternativos diante das dificuldades.
Criar um ambiente familiar no qual sentimentos podem ser expressos abertamente é crucial. Quando os pais cultivam um espaço de diálogo aberto, as crianças e adolescentes sentem-se seguras para compartilhar suas incertezas e medos. Isso permite que os adultos ofereçam a orientação e o apoio necessários para que os jovens enfrentem desafios psicológicos com maior resiliência.
Além disso, é importante que os paisestejam informados e atualizados sobre os sinais de alerta de depressão e comportamento suicida. Conhecer esses sinais pode capacitar os pais a agir de maneira proativa, buscando ajuda profissional quando necessário, antes que a situação se agrave.
Encorajar os filhos a desenvolver uma rede de apoio social sólida, tanto dentro quanto fora do ambiente familiar, é outro aspecto vital. Amigos, professores e mentores podem desempenhar papéis importantes no suporte emocional dos jovens, complementando o trabalho dos pais.
A incorporação da espiritualidade em seu cotidiano, especialmente em contextos familiares, tem o poder de criar um escudo protetor contra as adversidades emocionais e psicológicas que podem levar ao suicídio. É crucial que reforcemos nos lares a presença divina, promovendo uma cultura de cuidado, esperança e valorização da vida, conforme ensinado nas Sagradas Escrituras. Textos como os encontrados em Salmos e Isaías não são apenas consoladores, mas também fontes de força e coragem, lembrando-nos constantemente de que não estamos sozinhos em nossas lutas. A prática de compartilhar essas passagens bíblicas em família pode fortalecer os laços e oferecer um senso de comunidade e apoio que é vital para qualquer indivíduo vulnerável ou em sofrimento.
Portanto, encorajar um diálogo aberto sobre saúde mental e crises pessoais no ambiente familiar, enraizado nos princípios da fé e acompanhado de um estudo reflexivo da palavra de Deus, é essencial. Ao adotar essas práticas, os pais podem desempenhar um papel decisivo não apenas na prevenção do suicídio, mas também na construção de uma geração mais resiliente e espiritualmente equipada para enfrentar as tempestades da vida. Devemos lembrar e transmitir a nossos filhos que, mesmo nos momentos mais obscuros, a mão de Deus está sempre estendida, oferecendo luz, conforto e salvação.
*jornalista e professor
Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.
Leia Também
Leia Mais
CCR MSVia alerta para obras com tráfego alternado na BR-163/MS nesta quarta-feira, 15
Leia Mais
Governo Lula prepara campanha às pressas para negar taxação do Pix
Leia Mais
Caixa inicia calendário de aditamentos dos contratos do novo FIES
Leia Mais
Confira seu astral para esta quarta-feira, 15
Municípios