LUTO
Sergio Mendes, músico que espalhou a bossa nova pelo mundo, morre aos 83 anos
Com mais de 60 anos de carreira, o pianista foi o brasileiro mais ouvido nos EUA, colaborou com grandes nomes da música e recebeu prêmios como o Grammy; a causa da morte não foi revelada
06/09/2024
12:28
G1
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Sergio Mendes, um dos maiores nomes da música brasileira e responsável por levar a bossa nova ao reconhecimento internacional, morreu aos 83 anos em Los Angeles, onde vivia desde os anos 60. A família do pianista confirmou a morte nesta sexta-feira (6), mas a causa não foi divulgada.
Mendes foi o músico brasileiro de maior sucesso nos Estados Unidos, onde sua carreira floresceu com colaborações com gigantes do jazz como Herb Alpert e Cannonball Adderley, além de parcerias com ícones do pop americano como Stevie Wonder, Justin Timberlake, Black Eyed Peas e John Legend. Ele também trabalhou com grandes nomes da MPB, incluindo Carlinhos Brown, João Donato e Hermeto Pascoal.
Com 60 anos de trajetória e 35 álbuns lançados, Sergio Mendes conquistou um Grammy e foi indicado ao Oscar em 2012 pela música "Real in Rio", composta para a animação "Rio" em parceria com Carlinhos Brown.
Nascido em Niterói, Rio de Janeiro, em 11 de setembro de 1941, Mendes mudou-se para os Estados Unidos em 1964. Nenhum outro brasileiro alcançou tanto sucesso nas paradas musicais americanas quanto ele. Ao todo, o pianista emplacou 14 músicas no top 100 da Billboard, sendo quatro delas na década de 80 e dez na década de 60.
Entre seus maiores sucessos, destaca-se "Mas que Nada", de Jorge Benjor, lançada em 1966 em uma versão em bossa nova que se tornou mundialmente conhecida. Décadas depois, em 2006, a música foi remixada pelo grupo Black Eyed Peas, com a participação do próprio Sergio Mendes, alcançando uma nova geração de ouvintes.
Em entrevista ao g1 em 2020, Mendes relembrou a importância das grandes melodias que marcaram sua carreira. "Acho que a diferença foram as grandes melodias que você lembra. Não foi só um ritmo, só uma jogada de marketing", disse.
Ele também explicou como sua colaboração com o Black Eyed Peas nasceu de uma visita inesperada de Will.i.am, líder da banda, que era fã de Mendes desde a infância. "Aconteceu por meio desses encontros assim, que não foram programados, mas que deram certo", relatou Mendes, enfatizando que sua carreira sempre foi guiada pela intuição e por esses encontros musicais inesperados.
Em 1971, Sergio Mendes teve a oportunidade de se encontrar com Elvis Presley durante a temporada do "Rei do Rock" em Nevada, um dos vários momentos marcantes de sua carreira internacional.
Dois de seus maiores sucessos nas paradas americanas foram "Never Gonna Let You Go", que alcançou o top 4 da Billboard em 1983, e "The Look of Love", que atingiu a mesma posição em 1968.
Em 2020, Mendes lançou seu último álbum, "In the Key of Joy", resultado de colaborações com artistas como João Donato, Hermeto Pascoal e Guinga. O álbum serviu como inspiração para um documentário de mesmo nome, lançado no mesmo ano, que celebrou sua vida e carreira.
Sergio Mendes deixa um legado inestimável para a música brasileira e internacional. Ao longo de seis décadas, ele rompeu fronteiras e conquistou fãs em todo o mundo, tornando-se um dos maiores embaixadores da bossa nova. Ele deixa sua esposa, a cantora Gracinha Leporace, e cinco filhos.
Sua influência na música, tanto no Brasil quanto no exterior, é inegável, e sua curiosidade e capacidade de se reinventar ao longo das décadas fizeram de sua carreira um marco indelével na história da música global.
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