POLÍTICA
Datena agride Marçal com cadeirada e é expulso de debate da TV Cultura
Conflito entre os candidatos interrompe debate e gera repercussão negativa
16/09/2024
09:15
NAOM
DA REDAÇÃO
©REPRODUÇÃO
O debate da TV Cultura, realizado neste domingo (15), envolvendo os candidatos à Prefeitura de São Paulo, foi marcado por uma cena de violência que surpreendeu os espectadores. O candidato José Luiz Datena (PSDB) agrediu Pablo Marçal (PRTB) com uma cadeirada, levando à sua expulsão do programa. Após o incidente, Marçal deixou o local e foi encaminhado a um hospital para atendimento médico.
A confusão teve início após provocações feitas por Marçal durante os blocos anteriores, quando o candidato do PRTB resgatou uma antiga denúncia de assédio sexual contra Datena. O jornalista respondeu que o caso foi arquivado pela Justiça e que a acusação teve grande impacto em sua família, inclusive resultando na morte de sua sogra. O ambiente ficou ainda mais tenso quando, no quarto bloco, Datena se descontrolou e, indignado, utilizou uma cadeira para agredir Marçal.
Após a confusão, o debate foi interrompido temporariamente. Quando retomado, os demais candidatos lamentaram o ocorrido, atribuindo responsabilidade tanto a Datena quanto a Marçal pelo comportamento descontrolado. Segundo o mediador Leão Serva, a agressão foi um dos "eventos mais absurdos da história da TV brasileira". Ele pediu calma aos presentes para que o debate pudesse ser finalizado de maneira civilizada.
Provocações e consequências
A provocação feita por Marçal, que remeteu ao caso de assédio sexual de Bruna Drews, ex-repórter do programa Brasil Urgente, foi o estopim para a reação violenta de Datena. A acusação foi feita em 2019, quando Drews afirmou que o apresentador fazia comentários inapropriados sobre seu corpo. Posteriormente, ela se retratou, mas afirmou nas redes sociais ter sido induzida a retirar a denúncia.
Durante o debate, Datena acusou Marçal de ser um "ladrãozinho de banco", referindo-se a uma condenação anterior de Marçal por um esquema de roubo de dados na internet. Já Marçal, em resposta, chamou Datena de "arregão", o que inflamou ainda mais a situação. A troca de insultos culminou na agressão física.
Repercussão e reação
Após a agressão, Marçal foi atendido por sua equipe e levado a um hospital para examinar a lesão no braço causada pela cadeirada. Mesmo tendo retornado ao púlpito após o incidente, ele optou por não continuar no debate. A assessoria do candidato criticou a continuação do programa sem sua presença, alegando que o debate deveria ter sido encerrado após o ocorrido.
Enquanto isso, Datena, já fora do local, declarou que "infelizmente" perdeu a cabeça e que reagiu após ser acusado injustamente. Ele ainda afirmou que pretende continuar na corrida eleitoral, afastando rumores de uma possível desistência.
O contexto do debate
Antes do conflito, o debate já havia sido marcado por tensões entre os candidatos. O prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB) foi o principal alvo dos adversários, com críticas direcionadas à sua gestão. Guilherme Boulos (PSOL), Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo) utilizaram suas falas para atacar Nunes e suas políticas, enquanto o prefeito se defendeu das acusações, especialmente em relação a sua relação com empresas de transporte e suas políticas na área de segurança pública.
Datena, que já havia se recusado a fazer perguntas diretamente a Marçal em um bloco anterior, demonstrou irritação com o estilo provocador do candidato do PRTB. O apresentador afirmou que Marçal estava transformando o debate em "um mero programa de internet".
O episódio gerou grande repercussão, com jornalistas e assessores que acompanhavam o evento tentando entender a gravidade da situação. Embora o regulamento do debate previsse penalidades para condutas inadequadas, a agressão física de Datena foi um evento inédito em debates políticos televisivos no Brasil.
Próximos passos na campanha
O próximo debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo está marcado para terça-feira (17), na RedeTV! e UOL. Com as pesquisas apontando Nunes (27%) e Boulos (25%) em empate técnico na liderança, Marçal (19%) e Datena (6%) ainda tentam reverter o quadro e se destacar na reta final da campanha.
Resta saber se o episódio de violência impactará as intenções de voto dos eleitores e quais serão as consequências legais e eleitorais para os candidatos envolvidos.
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