Palmas (TO), Domingo, 16 de Novembro de 2025

Política / Eleições 2026

Plano B no bolsonarismo: Eduardo pode apoiar Flávio para a Presidência em 2026

Com processo avançando no STF e permanência prolongada nos EUA, deputado articula apoio ao irmão enquanto mantém ofensiva internacional contra governo e Judiciário

16/11/2025

10:00

DA REDAÇÃO

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O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) deve intensificar sua atuação fora do Brasil e, ao mesmo tempo, se movimenta politicamente para influenciar os rumos do bolsonarismo em 2026. Interlocutores apontam que o parlamentar pode apoiar o irmão, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), como plano B para a disputa presidencial — alternativa que depende da decisão do ex-presidente Jair Bolsonaro. As conversas aceleraram, mas qualquer definição só deve ocorrer no próximo ano.

Condenação no STF acelera discussões internas

As articulações ocorrem em meio ao julgamento da Primeira Turma do STF, que formou maioria para tornar Eduardo réu por coação. O relator, ministro Alexandre de Moraes, afirmou haver indícios de que o deputado buscou instabilidade institucional para pressionar o Supremo a livrar o pai da condenação pela trama golpista de 2022.

Temendo voltar ao Brasil e ser preso em meio ao processo, Eduardo deve permanecer nos Estados Unidos por tempo indeterminado, viajando apenas para países onde a direita internacional está articulada.

Enquanto isso, aliados ainda apostam em uma anistia ampla aprovada pelo Congresso até fevereiro — considerada a principal esperança do grupo mais próximo ao ex-presidente.

Agenda internacional e ofensiva política

Eduardo e o empresário Paulo Figueiredo seguem em viagens discretas pelo exterior, buscando alianças e defendendo sanções contra autoridades brasileiras. A próxima ação será em El Salvador, onde Eduardo e Flávio participarão do Fórum Mundial da Segurança, conhecendo as políticas de Nayib Bukele.

Também participam parlamentares aliados, como Maurício do Vôlei (PL-MG) e Nikolas Ferreira (PL-MG).

Eleições 2026: cálculos dentro do bolsonarismo

A estratégia eleitoral da família envolve duas prioridades:

1. Dominar o Senado em 2026

Bolsonaro e seus aliados consideram a eleição de novos senadores fundamental para tentar aprovar medidas contra ministros do STF — inclusive eventual processo de impeachment de Alexandre de Moraes.

2. Definir o candidato do grupo à Presidência

Inicialmente, Eduardo cogitou disputar o Senado por São Paulo, depois se colocou como pré-candidato à Presidência, entrando em choque com apoiadores do governador paulista Tarcísio de Freitas, favorito do empresariado e de parte da direita.

Com o avanço do processo no STF e o risco de prisão, Eduardo passou a considerar Flávio como alternativa viável.

Interlocutores afirmam que Flávio teria potencial para unir o centrão e o bolsonarismo raiz, mas ressaltam que ele nunca sinalizou publicamente intenção de disputar o Planalto.

Como o processo da trama golpista influencia a decisão

O julgamento da trama golpista deve ser concluído na próxima semana, quando se encerram os prazos dos recursos, inclusive o do ex-presidente Jair Bolsonaro. A condenação pode levar Bolsonaro ao regime fechado entre o final de novembro e o início de dezembro.

Aliados da família avaliam que uma eventual prisão enfraqueceria o nome de Tarcísio de Freitas, por demonstrar que, mesmo com influência junto ao STF, ele não conseguiu evitar o desfecho.

Alinhamento entre Eduardo e Flávio

Da prisão domiciliar, Jair Bolsonaro reclamou da desorganização interna do grupo e determinou que Flávio viajasse aos EUA para conversar com o irmão. Segundo auxiliares, Eduardo disse ao senador que, caso Flávio seja o escolhido, terá apoio integral.

Há, porém, resistência interna:

“Apoiar Flávio é factível, mas afirmar isso agora é precipitado. Ele nunca sinalizou nada nesse sentido”, diz um aliado.

Enquanto isso, o deputado mineiro Cristiano Caporezzo (PL) continua defendendo a candidatura do próprio Eduardo à Presidência.

Cenário para a direita em 2026

Eduardo avalia que a direita ainda busca reorganizar suas lideranças:

“Se retirar Jair Bolsonaro da equação, não há outro nome que aglutine todo mundo. Isso vai passar por uma depuração.”

Ele também afirma que estará na linha de frente do enfrentamento ao governo Lula:

“Independente de quem seja candidato, onde estiver Lula, estarei do outro lado.”


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