POLÍTICA
Polícia Federal encontra novas provas sobre ataque à democracia em arquivos recuperados de dispositivos de Mauro Cid
Investigação sobre tentativa de golpe de 8 de janeiro e monitoramento de autoridades avança com descoberta de arquivos deletados
05/11/2024
20:15
G1
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A Polícia Federal (PF) recuperou dados apagados de dispositivos eletrônicos pertencentes a Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Esses arquivos, agora restaurados, trouxeram novas evidências que fortalecem a investigação sobre a tentativa de golpe ocorrida em 8 de janeiro de 2023 e o monitoramento de autoridades, ações que desafiaram o sistema democrático brasileiro.
A recuperação dos arquivos foi possível graças ao uso de um avançado equipamento israelense adquirido pela PF, permitindo o acesso a mensagens e dados previamente deletados de celulares e computadores de Cid. Esses dados revelaram comunicações que abrem novas linhas de investigação e reforçam a narrativa sobre os planos para desestabilizar o governo democraticamente eleito.
Outro personagem central nas investigações, o deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem (PL-RJ), foi convocado a prestar depoimento nesta terça-feira (5), às 14h, na sede da PF. Ramagem, próximo de Bolsonaro e envolvido nas operações que supostamente monitoravam autoridades, é apontado como peça-chave na articulação de ações antidemocráticas. A expectativa é que seu depoimento traga à tona mais detalhes sobre o planejamento e os contatos que sustentaram as movimentações golpistas.
A jornalista Eliane Catanhêde, da GloboNews e do jornal O Estado de S. Paulo, destacou que a aquisição do equipamento israelense pela PF foi fundamental para o avanço das investigações. Esse dispositivo permitiu restaurar dados apagados não apenas de Cid, mas também de outros alvos, ampliando o escopo das investigações e a análise de comunicações anteriormente inacessíveis.
Mauro Cid, fortemente implicado nos inquéritos e com vasto acesso a informações internas, tornou-se colaborador premiado e agora coopera com as autoridades. Sua colaboração tem revelado detalhes sobre as ações que envolveram o monitoramento de autoridades e os eventos que culminaram nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
As novas informações obtidas com sua colaboração e com os arquivos recuperados levaram a PF a adiar a entrega do relatório final das investigações, originalmente prevista para este mês. A decisão de postergar o documento reflete a importância dos novos dados, que complementam e reforçam as evidências contra os envolvidos.
As provas recolhidas mostram uma possível rede de vigilância sobre autoridades públicas. Investigadores acreditam que o monitoramento visava antecipar ações de opositores e do próprio governo, sugerindo uma tentativa de coordenar atos de desestabilização e monitorar reações adversas. Com o cruzamento dos dados recuperados, a PF aponta para uma estrutura bem delineada que pretendia minar o governo eleito e influenciar decisões políticas e de segurança.
Esses avanços representam um marco nas investigações, oferecendo uma visão mais completa das movimentações e contatos de Cid e Ramagem, além de outros aliados políticos envolvidos.
A recuperação dos arquivos deletados e a colaboração de Mauro Cid são vistas como cruciais para o desfecho da investigação sobre os atos antidemocráticos. A PF segue aprofundando as investigações com os novos dados, e os desdobramentos podem implicar diretamente figuras políticas e ex-membros do governo Bolsonaro, com possíveis acusações futuras e o aumento da pressão sobre os envolvidos.
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