POLÍTICA
Golpistas do 8 de janeiro monitoravam segurança de Lula e planejavam sequestro do presidente
PF recupera mensagens apagadas que revelam plano de rapto de Lula e Moraes
08/11/2024
16:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A Polícia Federal (PF) recuperou arquivos eletrônicos apagados do celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que revelam um plano de monitoramento dos responsáveis pela segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o portal UOL, os golpistas levantaram nomes, rotinas e armamento dos agentes de segurança, demonstrando intenção de sequestrar o presidente.
As provas, escondidas nas nuvens da internet, foram restauradas pela PF com a utilização de um software israelense, conforme divulgado pela colunista Eliane Cantanhêde, do Estadão. As mensagens recuperadas mostram também que seguranças do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), estavam sendo monitorados. O planejamento do grupo previa o rapto de Lula e de Moraes, além da preparação para um possível confronto armado.
Com as novas descobertas, o ministro Alexandre de Moraes autorizou a prorrogação das investigações por mais 60 dias. Após essa etapa, o caso será encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR) e poderá ser analisado pelo Supremo Tribunal Federal em 2025.
Investigação da participação de Bolsonaro em fase final
De acordo com a PGR, o inquérito sobre a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro em um plano para se manter no poder "está em fase de conclusão". Agora, a PGR deve aguardar os desdobramentos das provas recuperadas do celular de Mauro Cid para dar continuidade ao processo.
Dois elementos complicam a situação de Bolsonaro até o momento. O primeiro é um áudio enviado por Mauro Cid, sugerindo que Bolsonaro ajudou a redigir uma minuta de golpe. O segundo é o depoimento do general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, que atribui ao ex-presidente a articulação de reuniões com comandantes das Forças Armadas para discutir a utilização de mecanismos como Garantia da Lei e da Ordem (GLO), estado de defesa e estado de sítio em relação ao processo eleitoral.
Durante o depoimento à PF, Bolsonaro decidiu permanecer em silêncio. Para evitar a combinação de versões, a PF agendou audiências simultâneas com investigados, mas 15 deles optaram por não responder às perguntas.
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