POLÍTICA
Explosões na Praça dos Três Poderes enterram qualquer chance de anistia, dizem ministros do STF
Explosões em frente ao STF geram tensão política e ameaça ao projeto de anistia dos atos de 8 de janeiro
14/11/2024
08:45
DA REDAÇÃO
Após as explosões registradas nas imediações do Supremo Tribunal Federal (STF) na noite de quarta-feira (13), ministros da corte enviaram uma mensagem clara aos líderes do Congresso Nacional: "não vamos permitir que ousem discutir a anistia depois disso".
De acordo com o Blog da Natuza Nery, do G1, telefonemas foram feitos para importantes líderes da Câmara dos Deputados, reforçando uma postura de tolerância zero em relação aos atentados. A ação, apontada por alguns bolsonaristas, pode prejudicar o andamento do projeto de lei que visa conceder anistia aos envolvidos nos ataques terroristas de 8 de janeiro de 2023.
O episódio também destaca a necessidade de mudanças urgentes nas políticas de segurança na Esplanada dos Ministérios. Além de proteger contra manifestações violentas como os ataques golpistas de janeiro, as equipes de segurança precisarão estar preparadas para possíveis atentados isolados, que tornam o cenário ainda mais grave.
O homem que morreu após detonar a bomba em frente ao STF foi identificado como Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, conhecido como Tiü França. Ele havia sido candidato a vereador em Rio do Sul (SC) pelo PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2020. O corpo do bolsonarista foi encontrado completamente desfigurado, com evidentes sinais de lesões causadas pelos explosivos que ele carregava.
Uma segunda explosão ocorreu nas proximidades da Câmara dos Deputados, quando um veículo carregado com fogos de artifício explodiu no estacionamento entre o STF e o Anexo IV da Câmara. Ambas as explosões ocorreram em um intervalo de 20 segundos, por volta das 19h30. A Polícia Federal (PF) abriu um inquérito para investigar os incidentes.
Diante da possibilidade de novos ataques aos Três Poderes, a PF encaminhará o inquérito ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, que é o relator da investigação sobre os atos golpistas de 8 de janeiro.
“Enterro da anistia”
Deputados bolsonaristas comentaram sobre as explosões em grupos de WhatsApp, sugerindo que os atentados poderiam prejudicar a tramitação do projeto de lei que visa conceder anistia aos golpistas de 8 de janeiro. De acordo com a Folha de S.Paulo, mensagens compartilhadas entre membros da oposição indicam que o impacto dos atentados pode ter uma consequência política importante.
Em um dos grupos, o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) compartilhou uma imagem do suspeito das explosões, identificado como um ex-candidato a vereador pelo PL, e escreveu: "Parece que foi esse cara mesmo. Agora vão enterrar a anistia. Pqp". O deputado Capitão Alden (PL-BA) respondeu, dizendo: "Lá se foi qualquer possibilidade de aprovar a anistia. Adeus redes sociais e esperem os próximos 2 anos de perseguição ferrenha! Com certeza o inquérito das fake news será prorrogado ad eternum".
Em outro grupo, o deputado Eli Borges (PL-TO) comentou: "Se tentou ajudar, atrapalhou", e acrescentou: "Agora o Xandão [Alexandre de Moraes] vai dizer: 'é a prova de que o 8 de janeiro era necessário'".
No final de outubro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), havia retirado o projeto da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e anunciado a criação de uma comissão especial para analisá-lo. Contudo, essa comissão ainda não foi formalmente constituída.
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