POLÍTICA
Polícia Federal prende general Braga Netto em operação contra tentativa de golpe
Ex-vice de Bolsonaro é detido no Rio de Janeiro e será transferido para custódia militar
14/12/2024
06:53
G1
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Neste sábado (14), a Polícia Federal efetuou a prisão do general Walter Souza Braga Netto, ex-vice de Jair Bolsonaro na chapa eleitoral de 2022. A ação faz parte do inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado. Além da prisão, a PF realizou buscas na residência de Braga Netto em Copacabana, Rio de Janeiro. Após a detenção, o general será entregue ao Comando Militar do Leste e permanecerá sob a custódia do Exército.
Braga Netto é general da reserva do Exército, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa no governo Bolsonaro, e candidato a vice-presidente na eleição de 2022, que foi vencida por Luiz Inácio Lula da Silva.
Em novembro passado, a Polícia Federal indiciou Braga Netto, Bolsonaro e outros membros do governo anterior por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado e outros crimes. No dia 8 de janeiro de 2023, apoiadores radicais de Bolsonaro invadiram prédios do Congresso, do Judiciário e do Executivo em Brasília, evidenciando a gravidade das acusações.
Ao solicitar a prisão preventiva de Braga Netto, a PF argumentou que sua liberdade representa um risco à ordem pública, devido à possibilidade de continuidade de ações ilícitas. Segundo a investigação, Braga Netto desempenhou um papel central na trama golpista, sendo descrito por um investigador como "a cabeça, o mentor do golpe - mas sob comando de Bolsonaro".
As investigações indicam que Braga Netto foi o principal arquiteto do golpe, sendo a autoridade responsável pelo planejamento e execução das operações clandestinas para impedir a posse do governo eleito e restringir o poder do Judiciário. As ações incluíram o financiamento de manifestações que pregavam um golpe militar para manter Bolsonaro no poder, mobilizando militares com formação especial para atuar conforme os interesses golpistas.
A prisão de Braga Netto gera preocupação no núcleo central de Bolsonaro, que, nas últimas semanas, adotou a estratégia de afirmar que, em caso de golpe, os militares seriam os beneficiados, não o próprio ex-presidente. Essa tática foi revelada pelo advogado Paulo da Cunha Bueno em entrevista ao Estúdio I da GloboNews, causando inquietação entre os militares. Eles temem que indiciados do Exército possam aderir a delações premiadas, complicando ainda mais a situação de Bolsonaro no inquérito golpista.
A operação de prisão foi cuidadosamente planejada para evitar coincidências com datas sensíveis, como o 13 de dezembro, data do AI-5, conhecido pelo endurecimento dos decretos militares. Braga Netto estava em viagem a Alagoas com sua família, o que levou a polícia a optar por realizar buscas e apreensões em sua residência durante o dia, evitando constrangimentos para seus familiares.
A prisão marca um avanço significativo na apuração da tentativa de golpe, consolidando Braga Netto como peça-chave na trama golpista e reforçando o papel de Bolsonaro como figura central beneficiada pelas ações ilegais.
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