Palmas (TO), Quarta-feira, 15 de Janeiro de 2025

POLÍTICA

Direita embaralha nomes para 2026 e dá respiro momentâneo a aliados de Lula

A desorganização do bolsonarismo favorece campo governista e gera incertezas sobre sucessão presidencial

13/01/2025

07:43

NAOM

DA REDAÇÃO

©ARQUIVO

A indefinição na articulação da direita para as eleições de 2026, agravada pela inelegibilidade de Jair Bolsonaro até 2030 e pela multiplicação de pré-candidaturas, é vista como vantajosa para os aliados de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No entanto, ainda pairam dúvidas sobre se Lula buscará a reeleição ou tentará indicar um sucessor.

A lista de interessados na sucessão de Bolsonaro ganhou novos nomes recentemente, como o influenciador Pablo Marçal (PRTB) e o cantor Gusttavo Lima (sem partido), que anunciaram intenções de pré-candidatura à Presidência. Esses anúncios se juntam a outros cotados, entre eles os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) – único a se declarar abertamente presidenciável –, Romeu Zema (Novo-MG), Ratinho Jr. (PSD-PR) e Eduardo Leite (PSDB-RS). Há um apelo geral por uma unificação do campo de direita para enfrentar o desafio de 2026.

Para os apoiadores de Lula, a desorganização da direita pode levar a uma fragmentação do voto e demonstrar a perda de controle de Bolsonaro sobre seu movimento. O presidente da República é considerado o plano A do PT para a disputa, mas sua decisão sobre a reeleição dependerá de fatores como saúde e vontade política.

No contexto político, além da indefinição sobre quem liderará a direita nas urnas, pesa a incerteza sobre se Lula buscará a reeleição. Segundo especialistas e membros da oposição, a economia do país será decisiva para a competitividade de Lula na próxima eleição. A percepção do eleitorado sobre a situação econômica poderá pesar mais do que os números oficiais.

A movimentação entre os nomes da direita e centro-direita ocorre com a quase certeza de que Bolsonaro não conseguirá reverter sua situação judicial antes da próxima eleição. Mesmo assim, ele continua sendo um importante cabo eleitoral, mantendo um capital político relevante. Em um possível plano similar a 2018, Bolsonaro poderia registrar candidatura como cabeça de chapa e, com a recusa da Justiça Eleitoral, ser substituído pelo vice, cotado atualmente como seu filho, Eduardo Bolsonaro, deputado federal pelo PL.

Tarcísio de Freitas é frequentemente visto como uma opção natural para liderar a direita em 2026, mas ele mantém o foco na reeleição estadual, deixando em aberto sua candidatura presidencial apenas para 2030. Essa situação reflete a resistência de Bolsonaro em indicar um sucessor claro, prolongando as incertezas e possivelmente levando a um racha entre os pré-candidatos e seus partidos.

Na esfera governista, se faltar o nome de Lula nas urnas em 2026, algumas alternativas já foram citadas: ministros como Fernando Haddad (Fazenda), Camilo Santana (Educação) e Rui Costa (Casa Civil) estão sendo considerados. Rumores sobre Flávio Dino, cuja saída do governo para o STF foi especulada, também circulam, embora seu entorno descarte que ele abandone o cargo para voltar à política partidária.

Analistas políticos, como Antônio Lavareda, apontam que a dispersão inicial entre os candidatos da direita pode ser benéfica para o campo lulista, dificultando a convergência entre oposicionistas e beneficiando a candidatura de Lula. Lavareda acrescenta que a decisão de Lula em concorrer não depende tanto de sua saúde física, mas sim da situação econômica do país.

Enquanto o cenário se desenrola, a própria resistência de Bolsonaro em afirmar um candidato definitivo pode levar à desagregação dos pré-candidatos que orbitam seu nome. Essa fragmentação poderá complicar alianças na reta final da disputa, enquanto o campo governista observa e se prepara para as próximas semanas, aguardando sinais que definam melhor o cenário político rumo a 2026.


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