Política Internacional
Lula volta a acusar Israel de genocídio em Gaza e afirma que governo israelense precisa “parar com o vitimismo”
Presidente reage à nota da embaixada de Israel e reforça críticas à condução da guerra contra o povo palestino
03/06/2025
13:30
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a classificar como "genocídio" a ofensiva militar de Israel contra a Faixa de Gaza, e afirmou nesta terça-feira (3) que o governo israelense precisa "parar com o vitimismo" diante das críticas internacionais. A declaração foi dada em entrevista no Palácio do Planalto, após a embaixada de Israel no Brasil divulgar nota acusando autoridades de “comprarem mentiras” do grupo Hamas.
“Israel vem dizer que é antissemitismo. Precisa parar com esse vitimismo. O que está acontecendo na Faixa de Gaza é um genocídio. É a morte de mulheres e crianças que não estão participando da guerra”, declarou Lula.
O presidente reiterou que não responde a embaixadas, mas reforçou que a ação militar israelense vai além de um conflito armado convencional, atingindo civis inocentes.
“O presidente da República não responde a uma embaixada. O que está acontecendo em Gaza não é uma guerra, é um exército matando mulheres e crianças”, afirmou.
Durante a entrevista, Lula fez referência a manifestações de personalidades israelenses e militares contrários à ofensiva:
Citou carta do ex-primeiro-ministro Ehud Olmert e declarações de mil militares israelenses que também apontaram “genocídio” nas ações em Gaza.
Disse que o povo palestino é tratado como “cidadãos de segunda classe”.
Defendeu que “pessoas de bom senso” no mundo inteiro estão condenando os ataques israelenses.
A Embaixada de Israel no Brasil divulgou nota na segunda-feira (2) acusando, sem citar diretamente Lula, autoridades internacionais de caírem em “propaganda e notícias falsas do Hamas”:
“Diante das repetidas acusações contra as atividades de Israel na Faixa de Gaza, é importante esclarecer as coisas e não se deixar levar pela propaganda e notícias falsas da organização terrorista Hamas.”
A nota foi publicada após Lula acusar o governo de Netanyahu de agir com “vingança” e conduzir um “genocídio” na região.
Desde o início do conflito, em outubro de 2023, o Brasil tem mantido uma posição crítica à condução da guerra por parte de Israel. Entre as principais ações e declarações do governo brasileiro, destacam-se:
Defesa de cessar-fogo permanente e acesso irrestrito de ajuda humanitária à população palestina;
Críticas ao bloqueio de Gaza por Israel e à insuficiência de apoio internacional;
Declarações do chanceler Mauro Vieira, classificando a situação como uma “carnificina”;
Defesa da retirada total das tropas israelenses de Gaza;
Questionamentos sobre a legalidade e a ética das ações militares conduzidas por Netanyahu.
Segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, mais de 60 mil pessoas já morreram desde o início da guerra.
A maior parte das vítimas são civis, incluindo mulheres e crianças.
A ONU já afirmou que a ajuda humanitária enviada está muito abaixo do necessário para atender a população sitiada.
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