Política / Justiça
Bolsonaro e aliados prestam depoimento ao STF por tentativa de golpe de Estado em 2022
Ex-presidente será interrogado na segunda-feira ao lado de ex-ministros e militares; julgamento pode ser concluído até novembro
07/06/2025
08:30
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Na próxima segunda-feira (10), o ex-presidente Jair Bolsonaro será interrogado na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, no processo que apura a suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A oitiva marca uma nova etapa do julgamento, que envolve altas autoridades do antigo governo, acusadas de conspirar contra a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Além de Bolsonaro, também prestarão depoimento os ex-ministros Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira, Anderson Torres, Walter Braga Netto e Alexandre Ramagem, além do ex-comandante da Marinha, Almir Garnier. Este último será ouvido por videoconferência, por estar preso preventivamente no Rio de Janeiro. Os demais comparecerão presencialmente à sede do STF.
Os réus respondem por crimes como:
Organização criminosa armada
Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
Tentativa de golpe de Estado
Dano qualificado por violência e grave ameaça
Deterioração do patrimônio público
Segundo fontes do Judiciário, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, pretende concluir o julgamento até novembro de 2025. Desde 19 de maio, 52 testemunhas já foram ouvidas. Os depoimentos mais contundentes vieram de dois ex-comandantes militares, que confirmaram ter sido convocados por Bolsonaro em dezembro de 2022 para discutir formas de impedir a posse de Lula.
O general Marco Antonio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, declarou que Bolsonaro cogitou decretar estado de sítio e buscar uma “intervenção” no sistema eleitoral, mas foi alertado de que poderia ser “enquadrado juridicamente” caso prosseguisse com o plano.
O então comandante da Aeronáutica, Carlos Batista Júnior, corroborou a versão e classificou as propostas como “um atentado ao regime democrático”. Ambos apontaram o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, como o único que não se opôs claramente à iniciativa golpista.
O plano teria começado após a derrota eleitoral de Bolsonaro em outubro de 2022. Segundo a acusação, o então presidente recusou-se a reconhecer o resultado, descredibilizou o sistema eleitoral e incentivou mobilizações em frente a quartéis militares.
A radicalização culminou no dia 8 de janeiro de 2023, quando milhares de extremistas bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília, enquanto Lula visitava a cidade de Araraquara, afetada por fortes chuvas. O episódio foi classificado como o maior ataque à democracia brasileira desde o fim da ditadura militar.
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