Cidadania
Mudar o próprio nome ficou mais fácil no Brasil, mas pode custar caro e exigir paciência
Alteração pode ser feita diretamente em cartório desde 2022, mas gera custos médios de R$ 400 e obriga atualização de todos os documentos
14/06/2025
07:15
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Desde 2022, mudar de nome e sobrenome no Brasil ficou mais fácil, sem necessidade de processo judicial. A possibilidade foi garantida pela Lei Federal 14.382/22, que desburocratizou o procedimento, permitindo a alteração diretamente em cartório de registro civil, sem que o cidadão precise apresentar um motivo específico.
O procedimento, no entanto, não é gratuito. O custo médio gira em torno de R$ 400, valor que pode variar conforme o estado e o cartório. Além disso, é necessário atualizar todos os documentos pessoais, como RG, CPF, CNH, passaporte, título de eleitor e dados no sistema do Gov.br.
Apesar da facilidade, apenas 375 pessoas em Mato Grosso do Sul recorreram aos cartórios para mudar seus nomes nos últimos dois anos e meio. Segundo relatos, o custo financeiro e o trabalho para alterar todos os documentos são os principais fatores que fazem muitas pessoas desistirem.
A lei permite que qualquer pessoa maior de 18 anos altere o nome ou sobrenome, sem necessidade de justificar o motivo, salvo nos casos em que haja indícios de:
Má-fé
Fraude
Simulação
Vício de vontade
A regra também vale para situações de casamento, divórcio, reconhecimento de paternidade ou maternidade, inclusão ou exclusão de sobrenomes familiares.
A legislação também trouxe novidades para recém-nascidos:
Os pais têm até 15 dias após o registro para alterar o nome do bebê, desde que haja consenso entre ambos.
Em caso de desacordo, o cartório encaminha o pedido para decisão judicial.
Quem não pode arcar com os custos do cartório pode recorrer à Defensoria Pública, onde o processo é gratuito, mas bem mais demorado, podendo levar até dois anos.
O morador de Campo Grande, Tami Campos Lara, relata que optou por esse caminho para mudar nome e gênero sem custos. O processo, porém, foi longo.
“Foram quase dois anos de transtorno até conseguir mudar tudo. São detalhes que, dentro de casa, parecem pequenos, mas que na convivência com a sociedade te desestabilizam”, relata Tami.
O primeiro passo é a emissão de uma nova certidão de nascimento, que permite então tirar o novo RG e solicitar a alteração nos sistemas da Receita Federal e do Gov.br. Caso contrário, os dados antigos continuam aparecendo em documentos digitais e cadastros públicos.
Registro Geral (RG)
Cadastro de Pessoa Física (CPF)
Carteira Nacional de Habilitação (CNH)
Título de eleitor
Carteira de Trabalho
Passaporte
Dados no Gov.br e demais sistemas públicos
✅ Onde: Cartórios de Registro Civil ou pela Defensoria Pública
✅ Quem pode: Qualquer cidadão maior de 18 anos
✅ Custo:
➡️ R$ 400 (em média) no cartório
➡️ Gratuito pela Defensoria Pública (processo mais demorado)
✅ Prazo:
➡️ Imediato no cartório, após conferência da documentação
➡️ Até dois anos pela Defensoria Pública
✅ Necessário: Atualizar todos os documentos após a mudança
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