Os exames realizados na manhã deste sábado (21) indicaram que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresenta um quadro de pneumonia viral, segundo informou o médico Cláudio Birolini, responsável pela equipe que acompanha o político.

“Foi feito exame de sangue e tomografia, que constatou que ele provavelmente teve um quadro de pneumonia viral. Vamos dar uns dias de antibiótico para ele tomar e resolver essa questão do pulmão”, explicou o médico.

Bolsonaro deu entrada no hospital DF Star, em Brasília, após cancelar sua agenda política em Goiás na sexta-feira (20) devido a mal-estar, crises de soluço e vômito que, segundo ele, começaram na última quinta-feira (19).

A equipe médica decidiu antecipar os exames, inicialmente previstos para segunda-feira (23), devido ao agravamento do quadro.

Alta e recomendações médicas

Após quase quatro horas de internação, Bolsonaro recebeu alta no início da tarde deste sábado. Segundo Birolini, foi necessário aumentar a dose de antibióticos e recomendar uma série de mudanças na rotina do ex-presidente.

“Vou pedir para ele rever a forma como se alimenta e diminuir o ritmo das agendas. Isso prejudica um pouquinho a recuperação dele”, disse o médico.

Nas próximas 24 horas, Bolsonaro utilizará um monitor de pressão arterial para acompanhamento e definição dos próximos passos do tratamento.

“Já tive crises de soluço anos atrás. É algo que dura, às vezes, 24 horas ou até uma semana. Fico bom quando há inversão dos movimentos peristálticos, com o vômito, e aí passa o soluço”, comentou o ex-presidente ao deixar o hospital.

Quadro não está relacionado à cirurgia abdominal

Os médicos também confirmaram que os sintomas apresentados por Bolsonaro não têm relação com a cirurgia abdominal realizada em abril, considerada a sexta e mais complexa intervenção desde o atentado à faca em 2018, durante a campanha presidencial em Juiz de Fora (MG).

Cancelamento de agendas e histórico recente

Bolsonaro passou mal na manhã de sexta-feira durante agenda em Anápolis (GO), onde receberia um diploma de honra ao mérito da prefeitura. O evento foi cancelado, e ele retornou a Brasília por motivos de saúde.

Na quinta-feira, ele havia participado de um evento na Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia, onde recebeu o título de cidadão da cidade, mas já demonstrava mal-estar.

“Vomito dez vezes por dia”, afirmou durante o discurso, onde também comentou que sua vitória nas eleições de 2018 foi decidida “pela mão de Deus”.

Antes do mal-estar, Bolsonaro visitou o Frigorífico Goiás, o mesmo que ficou conhecido por vender a “Picanha Mito” a R$ 22 — número do ex-presidente na urna — durante as eleições, ação que resultou na abertura de um inquérito da Polícia Federal por propaganda eleitoral irregular.

O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), aliado de Bolsonaro, comentou o episódio:

“Ninguém na política brasileira fez um sacrifício tão grande como Bolsonaro faz todos os dias. Poucos dariam conta de suportar o que ele está suportando”, disse.