O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (8) que pode deixar o cargo para assumir função na campanha presidencial de 2026, caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decida disputar novo mandato. Segundo ele, ainda não há definição, mas a possibilidade de coordenar a campanha ou o programa de governo está em aberto.

“Eu poderia assumir função na campanha, não teria problema”, afirmou Haddad ao Portal Metrópoles. “Se eu for coordenar a campanha ou o programa de governo, não posso ficar até o fim do mandato [na Fazenda]”, completou.

Apesar da especulação sobre uma candidatura ao governo de São Paulo, o ministro descartou essa possibilidade no momento. “Não acredito que o presidente vá me pedir isso”, disse. Ele também reforçou que Lula deve ser candidato à reeleição em 2026, minimizando comparações com Joe Biden:

“Quem compara deveria tentar acompanhar a agenda do Lula por uma semana. Se aguentar, pode falar se está fraco.”

Popularidade e desafios digitais

Haddad minimizou os índices de desaprovação do governo, hoje na casa dos 40%, e afirmou que os dados também indicam percepção de melhora econômica entre parte da população. Para ele, um dos entraves à aprovação está no baixo desempenho da militância petista no ambiente digital.

“O PT vai perceber que sua sobrevivência depende desse tipo de embate [nas redes]”, avaliou.

Haddad defende regulação das bets

Durante a entrevista, o ministro também afirmou que irá se reunir nesta semana com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e defendeu que casas de apostas virtuais (bets) recebam o mesmo tipo de regulação das indústrias do cigarro e do álcool.

Edinho Silva assume presidência nacional do PT

Em meio às articulações para 2026, o PT elegeu Edinho Silva como novo presidente nacional do partido até 2029. Ex-ministro e ex-prefeito de Araraquara (SP), Edinho foi o nome apoiado por Lula e venceu a eleição interna do último domingo (6), superando Rui Falcão, Valter Pomar e Romênio Pereira.

“Se a tradição do partido for mantida, Edinho será o coordenador da campanha presidencial de Lula em 2026.”

Mesmo com o adiamento da votação em Minas Gerais — por decisão judicial —, Edinho foi declarado vencedor com ampla maioria. A posse está prevista para o início de agosto, durante o encontro nacional do PT em Brasília.