Política / Câmara Federal
Hugo Motta limpa a pauta da Câmara e sinaliza reaproximação com Lula mirando 2026
Com agenda econômica concluída, Planalto projeta Congresso mais previsível e foco deslocado para a disputa eleitoral
21/12/2025
07:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Com a pauta econômica prioritária aprovada e sem urgências legislativas imediatas, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva projeta chegar a 2026 em um ambiente mais previsível no Congresso. O cenário é resultado de um fim de ano marcado pelo esforço da Câmara dos Deputados para destravar matérias sensíveis e reduzir pendências antes do recesso.
Nos bastidores, aliados avaliam que o próximo ano tende a ser mais estável na relação entre os Poderes, com o foco progressivamente deslocado para a disputa eleitoral. Esse movimento deve ser reforçado por uma reaproximação do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), com o Palácio do Planalto.
O próprio Motta tem reiterado o objetivo de “limpar a pauta” legislativa antes do recesso parlamentar. A aceleração das votações no fim de 2025 buscou reduzir pendências e permitir que 2026 comece sem a pressão de projetos polêmicos, evitando a contaminação do debate em ano eleitoral.
O movimento ocorre após um ciclo intenso de negociações entre Executivo e Legislativo, que incluiu momentos de tensão entre os Poderes, mas terminou com a aprovação das principais iniciativas econômicas do governo.
Entre 2023 e 2025, o Planalto conseguiu avançar em pautas centrais de sua agenda econômica, diminuindo a dependência de novas votações estruturantes em um ano marcado por eleições gerais. Um dos principais destaques foi a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil, bandeira do terceiro mandato de Lula.
Durante a tramitação, o relator Arthur Lira negociou ajustes que ampliaram benefícios para faixas superiores, estendendo a redução parcial até R$ 7.350. As mudanças passam a valer em 2026, ano em que Lula tentará a reeleição. Além disso, o governo encerra o período com a aprovação de medidas fiscais que estruturaram o novo regime fiscal e reforçaram a previsibilidade das contas públicas.
Nem todas as pautas avançaram conforme a orientação do Executivo. A derrota mais recente foi a aprovação do PL da Dosimetria, combatido pelo governo. Embora aprovado no Congresso, o tema não integra o núcleo da agenda governista e deve seguir em debate em 2026. Lula já indicou intenção de veto, o que levará a proposta de volta ao Legislativo, com possibilidade de judicialização.
Outros projetos relevantes ficaram para o próximo ano, como o PL Antifacção e a PEC da Segurança Pública, considerada uma das principais apostas do governo. Motta decidiu que esses temas serão retomados após o recesso.
A segurança pública tende a ocupar espaço central no debate eleitoral de 2026. Por reunirem apoio de diferentes campos políticos, as propostas podem avançar com menor resistência no Legislativo, especialmente em um contexto de maior coordenação entre Câmara e Planalto.
A semana também trouxe sinais positivos para o governo. Pesquisas recentes animaram o Planalto ao indicar boa posição de Lula em cenários eleitorais. Levantamento da Quaest, divulgado em 16 de dezembro, mostrou força na pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro, mas apontou rejeição elevada, com 62% afirmando que não votariam no parlamentar, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Nesse contexto, Lula reforçou publicamente sua confiança em 2026 durante evento em São Paulo, ao afirmar que pretende derrotar a extrema direita na próxima eleição.
A postura de Hugo Motta também é observada à luz das articulações eleitorais. Com base política na Paraíba, a tendência de manter relação mais próxima com o Planalto pode ter impacto direto em sua estratégia local e no arranjo de alianças para o próximo ciclo.
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