Sociedade / Política Tributária
Débora Bloch usa “Vale Tudo” para defender taxação de grandes fortunas: “Só na ficção vale tudo”
Atriz critica desigualdade tributária e apoia justiça fiscal em postagens nas redes sociais; debate volta à tona após fala de Haddad e protestos na Paulista
10/07/2025
12:30
DA REDAÇÃO
©REPRODUÇÃO
A atriz Débora Bloch usou suas redes sociais nesta quinta-feira (10) para manifestar apoio à taxação de grandes fortunas no Brasil. Em publicação no Instagram, a artista fez uma analogia direta com a novela “Vale Tudo”, sucesso da TV Globo, em que interpreta a vilã bilionária Odete Roitman, personagem conhecida por seu ódio às classes populares.
“Só na ficção vale tudo. Todo o meu apoio à justiça tributária com a taxação de grandes fortunas”, escreveu Bloch, em referência ao enredo que trata de corrupção, desigualdade e privilégio.
Na sequência de imagens publicadas em formato de carrossel, Débora Bloch comparou as alíquotas de imposto de renda que seriam pagas por diferentes personagens da novela, caso fossem pessoas reais. A intenção foi demonstrar a injustiça no sistema tributário brasileiro, onde trabalhadores pagam mais que grandes herdeiros e bilionários:
Raquel (cozinheira): 7,5%
Odete Roitman (empresária bilionária): 2%
Solange (diretora de arte): 27,5%
Afonso (herdeiro): 5,4%
Aldeíde (secretária): 22,5%
Marco Aurélio (executivo): 5,4%
A atriz também destacou a fala do cineasta Walter Salles, herdeiro de uma das maiores fortunas do país, que recentemente defendeu a justiça tributária ao ser homenageado no Prêmio Faz Diferença. Segundo ele, é preciso construir um país mais justo e igualitário. A atriz Fernanda Torres, também homenageada, compartilhou da mesma visão durante o evento.
Na última imagem da publicação, Débora Bloch compartilhou uma manchete do UOL que afirma que a taxação dos super-ricos poderia gerar R$ 1,3 trilhão por ano aos cofres públicos — valor equivalente a múltiplos orçamentos de áreas essenciais como saúde e educação.
A taxação de grandes fortunas voltou ao debate público após declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante a cúpula do BRICS, em que defendeu a criação do tributo como parte de um novo pacto tributário.
Na última segunda-feira (7), movimentos sociais organizaram protestos na Avenida Paulista, pedindo a taxação dos chamados “BBB”: bancos, bilionários e bets (casas de apostas).
A proposta de taxação das grandes fortunas conta com apoio crescente entre artistas, economistas, juristas e movimentos populares, que defendem uma reforma tributária progressiva para reduzir a desigualdade no país.
Apesar disso, setores da elite econômica e política resistem à proposta, alegando risco de fuga de capitais e insegurança jurídica. O tema, no entanto, deve ser retomado em discussões no Congresso Nacional nos próximos meses.
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