Palmas (TO), Domingo, 13 de Julho de 2025

Política / Economia

Lula lança ofensiva política para vincular tarifa de Trump a Bolsonaro e Tarcísio

Com discurso em defesa da soberania nacional, governo busca apoio de empresários e amplia comunicação com o setor produtivo

13/07/2025

07:30

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prepara uma estratégia de comunicação ofensiva para associar o tarifaço imposto por Donald Trump aos produtos brasileiros ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), seu potencial adversário nas eleições presidenciais de 2026.

A medida do presidente americano, que fixou sobretaxa de 50% a produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, foi celebrada por aliados de Bolsonaro, o que abriu espaço para o governo Lula usar o episódio como prova de interferência externa nos assuntos internos do Brasil — especialmente no Judiciário.

Discurso reforçado por soberania e justiça social

A Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), comandada por Sidônio Palmeira, vem articulando uma campanha centrada na ideia de que “ser contra a soberania é ser contra o Brasil”. Um vídeo institucional, com narrativa patriótica, já circula com mensagens em português e inglês:

“É my friend, aqui quem manda é a gente. O Brasil é soberano, o Brasil é dos brasileiros.”

Outros conteúdos destacam a proteção da economia nacional, a defesa da Justiça brasileira e a busca por justiça tributária, além de associar Trump ao papel de inimigo da soberania nacional.

Estratégia política em construção

A orientação é clara: associar o tarifaço à figura de Bolsonaro como co-responsável por articular pressões internacionais contra o Brasil, e ligar Tarcísio à mesma agenda, reforçando o discurso de que ambos estão alinhados com interesses externos em detrimento da economia brasileira.

Na quinta-feira (10), o Planalto reuniu agências de publicidade que atendem o governo para alinhar o novo conceito de comunicação, baseado no slogan de que o “governo Lula defende os mais pobres”, mas busca ampliar essa mensagem para o empresariado e o agronegócio.

Ampliação do diálogo com empresários

A exposição pública de Lula deve aumentar, com mais entrevistas e encontros com o setor produtivo. Na última quinta-feira, o presidente já falou com a Globo e a Record, afirmando que Bolsonaro “deve assumir a responsabilidade pelo tarifaço” e cobrando respeito à Justiça brasileira.

O governo também pretende acionar:

  • O Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Conselhão), para debater o impacto do tarifaço.

  • Um conselho integrado por governadores.

  • A participação ativa do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) na interlocução com empresários.

Reação do Itamaraty x linha política

Embora o chanceler Mauro Vieira tenha sugerido inicialmente que a resposta à carta de Trump fosse estritamente diplomática, prevaleceu a visão política da Secom, segundo a qual a ação americana é um ataque às instituições nacionais e exige resposta direta do presidente.

Reações de aliados de Bolsonaro

  • O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) chegou a publicar que qualquer negociação com os EUA dependeria de uma “anistia ampla, geral e irrestrita” para os envolvidos no 8 de janeiro.

  • Tarcísio de Freitas, afilhado político de Bolsonaro e cotado para 2026, reverberou recentemente apoio de Trump, mas tentou se distanciar do desgaste, promovendo reuniões com autoridades brasileiras e diplomatas americanos.


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