Política / Diplomacia
Ex-ministros do governo Temer repudiam sanções dos EUA e defendem soberania nacional
Nota destaca indignação com punição a filha de ministro e pede união dos brasileiros em defesa do país
18/08/2025
12:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Um grupo de ex-ministros do governo Michel Temer divulgou nesta segunda-feira (18) uma nota oficial em que manifesta indignação diante das sanções impostas pelos Estados Unidos ao Brasil e a autoridades nacionais. Entre as medidas criticadas, os ex-ministros destacam o episódio considerado extremo de punição a uma criança de 10 anos, filha de um ministro do STF, o que classificaram como um ataque inaceitável à economia e à soberania brasileira.
O documento é assinado por Carlos Marun, Esteves Colnagno, Gilberto Occhi, Luislinda Vallois, Maurício Quintella, Pádua Andrade e Valter Casemiro.
Na nota, os ex-ministros conclamam os brasileiros a se unirem em defesa da independência nacional, reforçando seu compromisso com a soberania do país. Eles citam o ex-presidente Michel Temer, que já havia se manifestado nas redes sociais, defendendo o diálogo diplomático como único caminho para superar as atuais divergências com Washington.
“Conclamamos todos os brasileiros a nos unirmos na defesa da independência de nossa Pátria neste momento ímpar da nossa História”, destaca o texto.
O grupo expressou confiança nos esforços da diplomacia brasileira, bem como nos setores empresarial e governamental, para viabilizar uma negociação comercial justa e benéfica tanto para o Brasil quanto para os EUA. Também prestaram solidariedade aos membros do Poder Judiciário e do Ministério Público, que foram, segundo eles, alvo de uma “tentativa inaceitável de intimidação”.
Apesar das críticas, a nota reafirma que os Estados Unidos são um parceiro histórico do Brasil, lembrando a atuação conjunta em duas Guerras Mundiais. “Temos convicção de que o diálogo seja o caminho correto para que, em meio a divergências, sejam encontrados consensos que permitam a continuação desta amizade”, afirmam.
A declaração ocorre em meio à crise diplomática entre Brasil e EUA em 2025, marcada por medidas de impacto econômico e institucional:
Em 18 de julho, os EUA revogaram vistos de Alexandre de Moraes, outros ministros do STF e seus familiares.
Em 30 de julho, o governo de Donald Trump aplicou a Lei Magnitsky contra Moraes, com congelamento de bens e proibição de entrada no país, ação considerada inédita em sua dureza.
Além disso, foram impostas tarifas de 50% sobre exportações brasileiras, agravando o cenário de atrito diplomático e econômico.
No dia 23 de julho, o ex-presidente Michel Temer já havia repudiado publicamente as sanções, classificando-as como “lamentáveis, injustificáveis e inadmissíveis”, e defendendo que apenas a via diplomática poderia restabelecer a normalidade nas relações.
A manifestação dos ex-ministros amplia o peso institucional da reação brasileira, reforçando a necessidade de preservar a soberania sem recorrer a retóricas de confronto. O episódio envolvendo a criança de 10 anos tornou-se um símbolo do excesso das sanções, intensificando o apelo por uma reação unificada.
Ao mesmo tempo, a nota reafirma a tradição diplomática brasileira de buscar o diálogo, evitando rupturas com um dos principais parceiros econômicos e estratégicos do país.
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