Palmas (TO), Sábado, 23 de Agosto de 2025

Política / Justiça

Diálogos revelam hipocrisia no clã Bolsonaro: ataques internos e pressão por impunidade

PF aponta que objetivo real do grupo era garantir anistia apenas para Jair Bolsonaro, mesmo à custa de sanções contra o Brasil

22/08/2025

21:30

ITC

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

As conversas interceptadas pela Polícia Federal no celular do ex-presidente Jair Bolsonaro expuseram um cenário de contradições, desrespeito e disputas internas no núcleo familiar e político do bolsonarismo. Os diálogos, envolvendo também o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o pastor Silas Malafaia, revelam que a bandeira de “Deus, Pátria e Família” não passou de um slogan de marketing utilizado como fachada.

Conflitos e ameaças

Segundo os registros da PF, Malafaia usou linguagem agressiva e ameaças contra Eduardo Bolsonaro. Em um dos áudios, o pastor afirmou:

“A próxima que você fizer isso, eu gravo um vídeo e te arrebento”.

A investigação aponta que o líder religioso participou ativamente da mobilização para coagir parlamentares e autoridades do Judiciário. Em vez de aconselhamentos espirituais, os diálogos mostram gritos, ofensas e xingamentos, distantes do papel esperado de uma liderança evangélica.

Pressão internacional e impunidade

Os áudios também revelam que a prioridade do clã Bolsonaro era livrar Jair Bolsonaro da prisão, ainda que isso significasse apoiar sanções econômicas dos Estados Unidos contra o Brasil. De acordo com relatório da PF, o objetivo do grupo não era buscar anistia para os condenados nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, mas sim assegurar impunidade exclusiva ao ex-presidente.

Eduardo Bolsonaro chegou a alertar o pai de que Donald Trump deixaria de apoiar caso fosse aprovada uma “anistia light”, restrita a manifestantes de menor relevância.

Família em crise

As mensagens expõem também a fragilidade dos laços familiares. Em um dos diálogos, Eduardo escreveu ao pai:

“VTNC, seu ingrato do caralh*”,
depois de ser criticado por Bolsonaro em entrevista.

Não se trata de um episódio isolado. Em 2017, quando ainda era deputado, Jair Bolsonaro já havia enviado mensagem a Eduardo chamando-o de “filho da p*”. O filho, em resposta, atacou o irmão Renan Bolsonaro, chamando-o de “merda”.

Os relatos reforçam a imagem de uma família marcada por disputas de poder, desconfiança e ausência de afeto, unida apenas por interesses políticos e financeiros.

Rachadinhas e herança política

A reportagem relembra que o clã Bolsonaro construiu sua trajetória política em meio a denúncias de rachadinhas, nomeações de parentes e uso da estrutura pública para benefício próprio. O senador Flávio Bolsonaro, por exemplo, foi investigado por empregar familiares de chefes de milícia em seu gabinete no Rio de Janeiro.

Impacto judicial

A nova frente de apuração poderá agravar a situação criminal do ex-presidente. Caso seja condenado, Jair Bolsonaro pode enfrentar mais 12 anos de prisão, somando-se a outros processos em andamento, com penas que podem chegar a 55 anos de reclusão.


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