Política / Justiça
“Democracia e liberdade de expressão estão em jogo”, diz deputado João Henrique Catan sobre julgamento de Bolsonaro no STF
Parlamentar sul-mato-grossense afirma que processo é conduzido de forma política e mobiliza resistência para eleições de 2026
01/09/2025
10:30
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O deputado estadual João Henrique Catan (PL-MS) avaliou que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), marcado para iniciar nesta terça-feira (2/9) no Supremo Tribunal Federal (STF), ultrapassa a esfera pessoal do ex-mandatário. Para o parlamentar, a análise da Corte envolve “a democracia, a liberdade de expressão e o direito do povo escolher em quem votar”.
“Tenho acompanhado de perto toda essa movimentação e vejo, antes de tudo, uma grande injustiça. O que está em jogo não é apenas o julgamento do presidente Bolsonaro, mas sim a democracia, a liberdade de expressão e o direito do povo escolher em quem votar. A expectativa é que prevaleça o bom senso, porque não se pode usar o Judiciário como ferramenta de perseguição política”, afirmou Catan.
Segundo o deputado, a condução do julgamento pode influenciar diretamente o cenário eleitoral de 2026.
“É exatamente isso que muitos querem: tentar retirar das urnas, no tapetão, aquilo que o povo decidiria de maneira soberana. Essa sensação de injustiça só aumenta a mobilização e a união em torno do presidente Bolsonaro, que continua sendo a voz da resistência contra os abusos e contra a tentativa de enfraquecer a nossa democracia. Tenho certeza de que, qualquer que seja a manobra, o povo vai se manifestar e vai mostrar em 2026 que não aceita perseguição nem censura”, disse o parlamentar.
Bolsonaro e outros sete aliados são julgados pela 1ª Turma do STF por suposta participação em atos antidemocráticos que culminaram em 8 de janeiro de 2023. Eles respondem pelos crimes de:
Organização criminosa armada
Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
Golpe de Estado
Dano qualificado com violência e grave ameaça
Deterioração de patrimônio tombado da União
Entre os réus estão:
Alexandre Ramagem – ex-diretor da Abin e atual deputado federal (responde a três crimes após decisão do STF)
Almir Garnier – ex-comandante da Marinha
Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF
Augusto Heleno – ex-ministro do GSI
Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa
Walter Braga Netto – ex-ministro e candidato a vice em 2022
Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
O julgamento pode levar à prisão o ex-presidente e generais do Exército, algo inédito desde a redemocratização.
A Turma é formada pelos ministros Alexandre de Moraes (relator), Cristiano Zanin, Flávio Dino, Luiz Fux e Cármen Lúcia. Estão reservadas cinco sessões para o julgamento, nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro.
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