Palmas (TO), Terça-feira, 02 de Setembro de 2025

Política / Justiça

Gonet alerta no STF: não reprimir tentativas de golpe fortalece autoritarismo

PGR pede condenação de Bolsonaro e aliados no 1º dia de julgamento da trama golpista; Moraes abre sessão com relatório

02/09/2025

17:30

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou nesta terça-feira (2) que a omissão do Estado em reprimir tentativas de golpe de Estado alimenta o autoritarismo e ameaça a democracia. A declaração ocorreu durante sua manifestação no Supremo Tribunal Federal (STF), no primeiro dia do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus do núcleo central da chamada trama golpista, acusados de planejar a ruptura institucional após as eleições de 2022.

Fala do procurador

Não reprimir criminalmente tentativas dessa ordem recrudesce ímpetos de autoritarismo e põe em risco o modelo de vida civilizado”, afirmou Gonet.

O PGR destacou que a denúncia não se baseia em conjecturas, mas em documentos produzidos pelos próprios integrantes da organização. Ele citou como exemplos:

  • As reuniões de Bolsonaro com os comandantes militares;

  • As blitzes da Polícia Rodoviária Federal no 2º turno das eleições;

  • A minuta de decreto golpista apreendida na casa de Anderson Torres;

  • E os ataques de 8 de janeiro de 2023, que classificou como “apogeu violento dos atos”.

Segundo Gonet, “crime tentado é crime consumado”, em contraponto às defesas que sustentam não ter havido efetiva tentativa de golpe.

Sessão de abertura

Antes da manifestação de Gonet, o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal, leu o relatório do processo e fez um discurso duro em defesa da Constituição:

“A história nos ensina que a impunidade, a omissão e a covardia não são opções para a pacificação. A soberania não pode, não deve e jamais será vilipendiada ou extorquida”, declarou.

O ministro também citou “pressões internas e externas” contra o Supremo e afirmou que a pacificação nacional não pode vir às custas da impunidade.

Réus em julgamento

Além de Bolsonaro, respondem nesta etapa:

  • Alexandre Ramagem (ex-Abin e deputado federal)

  • Almir Garnier (ex-comandante da Marinha)

  • Anderson Torres (ex-ministro da Justiça)

  • Augusto Heleno (ex-ministro do GSI)

  • Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa)

  • Walter Braga Netto (ex-ministro e candidato a vice em 2022, preso preventivamente)

  • Mauro Cid (ex-ajudante de ordens, delator do caso)

Eles são acusados de:

  • Organização criminosa armada

  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito

  • Golpe de Estado

  • Dano qualificado pela violência e grave ameaça

  • Deterioração de patrimônio tombado

Próximos passos

  • 2 de setembro: abertura com relatório de Moraes e manifestação da PGR; início das sustentações das defesas (Mauro Cid foi o primeiro).

  • Até 12 de setembro: estão previstas oito sessões, com sustentações orais e votos dos ministros da Primeira Turma (Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin).

  • O primeiro voto de Moraes deve ocorrer em 9 de setembro.

As penas, em caso de condenação, podem ultrapassar 40 anos de prisão.


Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.

Últimas Notícias

Veja Mais

Envie Sua Notícia

Envie pelo site

Envie pelo Whatsapp

Municípios

Toca News; 2021 Todos os direitos reservados.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO, transmissão e redistribuição sem autorização expressa.

Site desenvolvido por: