Política Internacional
Maduro desafia Trump em carta e mobiliza Exército diante de novas pressões dos EUA
Presidente da Venezuela diz que não tem medo das ameaças norte-americanas e convoca união nacional; Trump exige repatriação de prisioneiros e eleva tensão militar no Caribe
21/09/2025
07:30
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, enviou neste sábado (20) uma carta ao líder norte-americano Donald Trump, rebatendo as recentes ameaças feitas por Washington. Em tom desafiador, Maduro afirmou que o povo venezuelano “não tem medo” e que a pressão dos Estados Unidos apenas fortalece a unidade nacional.
“O povo venezuelano diz ao império: Chega de ameaças! Viva a pátria livre e soberana!”, declarou Maduro em pronunciamento transmitido pela emissora estatal VTV.
Segundo o presidente venezuelano, as intimidações de Trump resultaram em uma Venezuela “mais unida do que nunca”, pronta para defender sua soberania. Ele elogiou o caráter “guerreiro, rebelde e livre” dos cidadãos e fez um apelo por solidariedade de países da América Latina e do Caribe.
Horas antes da carta, Trump havia exigido que Caracas aceitasse o retorno imediato de “prisioneiros e internos de hospitais psiquiátricos” que, segundo ele, foram enviados ilegalmente aos EUA.
“Façam-nos sair do nosso país imediatamente, ou o preço que vocês pagarão será incalculável”, ameaçou o republicano.
O governo norte-americano também intensificou sua presença militar na região: navios de guerra foram enviados ao Caribe sob justificativa de combate ao narcotráfico, enquanto dez caças F-35 foram deslocados para Porto Rico.
Washington acusa Maduro de liderar uma rede de narcotráfico voltada aos EUA e anunciou recentemente a destruição de embarcações de supostos “narcoterroristas”.
Em resposta, o governo venezuelano enviou o Exército a várias comunidades para treinar civis no manuseio de armas, como parte de um plano de preparação contra eventuais ataques.
Enquanto Maduro fala em resistência, a oposição interna sinalizou apoio às ações norte-americanas. O partido Vontade Popular, liderado por Leopoldo López, publicou nota nas redes sociais defendendo o aumento da pressão política, econômica e diplomática para acelerar a transição democrática no país.
“É urgente garantir um país livre, com instituições legítimas e respeito aos direitos humanos”, afirmou a legenda em comunicado.
A retórica de Maduro evocou a figura de Simón Bolívar (1783–1830), líder da independência de várias nações latino-americanas. Para o presidente venezuelano, o “império brutal” dos EUA não conseguirá “colocar o povo bolivariano de joelhos”.
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