Política / Justiça
Eduardo Bolsonaro ameaça: “Sem anistia, não terá eleição em 2026”
Deputado retoma tom golpista, pressiona Congresso e expõe racha na direita sobre perdão aos condenados de 8 de janeiro
04/10/2025
07:30
DA REDAÇÃO
©ARQUIVO
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a adotar discurso de tom golpista ao afirmar, na quinta-feira (2), que não haverá eleições em 2026 caso o Congresso não aprove a anistia aos condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. A declaração foi feita durante pronunciamentos públicos nos Estados Unidos, onde o parlamentar está desde janeiro defendendo a adoção de sanções internacionais contra o Brasil.
“Anistia é o mínimo, é a defesa tolerável da democracia. Querer flexibilizar a anistia soa como suavizar a vida de ditadores, que só respeitam o que temem”, disse Eduardo, reforçando a pressão pela aprovação integral do perdão.
Eduardo publicou um vídeo nas redes sociais convocando deputados de direita a rejeitar qualquer alternativa à anistia ampla, criticando inclusive o PL da Dosimetria, que prevê apenas a redução das penas impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
“Os deputados que defenderem a estratégia de lutar pelos destaques estão mentindo para você. (...) Cobre o seu deputado. Dosimetria, não. Destaque, não. Só anistia no texto-base”, declarou.
A postura inflexível tem causado desgaste dentro da própria direita. Parlamentares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — incluindo os irmãos de Eduardo — defendem publicamente a anistia, mas avaliam a possibilidade de negociar um projeto mais brando, que beneficie parte dos envolvidos nos ataques, sem incluir o ex-presidente.
A ameaça de Eduardo expôs incômodo no Congresso. O deputado chegou a falar em aplicar sanções contra os presidentes da Câmara e do Senado, ambos insatisfeitos com as pressões públicas. Além disso, declarou que poderia se lançar candidato à Presidência da República em 2026, mesmo contra a vontade do pai, o que ampliou o mal-estar entre potenciais nomes da direita, como Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Ratinho Júnior (PSD).
Apesar da ofensiva bolsonarista, fontes do Congresso avaliam que, se algum texto avançar, será uma versão limitada, sem condições de livrar Jair Bolsonaro de eventual condenação. O clima político, marcado por forte resistência no Legislativo e no Judiciário, indica que a proposta encontra baixa probabilidade de prosperar em sua forma radical.
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