Política / Eleições 2026
Ciro Gomes deixa o PDT e estuda filiação ao PSDB ou União Brasil para disputar eleições de 2026
Ex-ministro rompe após quase 10 anos de filiação e mira candidatura de oposição ao PT e ao governo Lula
18/10/2025
08:30
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes comunicou oficialmente sua desfiliação do PDT nessa sexta-feira (17), após quase uma década de militância no partido. A decisão, segundo interlocutores próximos, marca o início de uma nova movimentação política com vistas às eleições de 2026, em que Ciro pretende integrar uma aliança de oposição ao PT, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ciro avalia agora duas opções de filiação: o PSDB, partido pelo qual governou o Ceará nos anos 1990, e o União Brasil, sigla que tem fortalecido sua posição de centro-direita e abriga políticos alinhados ao campo oposicionista.
Fontes próximas ao ex-ministro afirmam que ele pretende voltar à linha de frente da política nacional, possivelmente como candidato ao Senado ou à Presidência da República, caso se consolide uma frente ampla de oposição ao governo Lula.
A Folha de S. Paulo e O Globo confirmaram que Ciro entregou uma carta de desfiliação ao presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, formalizando sua saída. Embora o pedido ainda não tenha sido registrado oficialmente no sistema partidário, dirigentes da legenda consideram a saída irreversível.
Lupi, que enfrenta desgaste interno após sua demissão do Ministério da Previdência em meio à crise do INSS, não comentou publicamente o rompimento.
Ciro ingressou no PDT em 2015, tornando-se a principal figura nacional do partido. Disputou duas eleições presidenciais pela sigla:
2018: obteve 12,5% dos votos válidos, melhor resultado do PDT desde Leonel Brizola (1989);
2022: registrou apenas 3%, seu pior desempenho eleitoral.
Após o pleito, o PDT também encolheu no Congresso, caindo de 28 para 17 deputados federais.
Nos últimos meses, Ciro vinha se dizendo “infeliz” com a aproximação do PDT ao PT, tanto em nível federal quanto no Ceará. Criticou o alinhamento de parte da bancada ao governo e o tratamento dado a Lupi na crise do INSS, que culminou em sua exoneração.
“O PDT perdeu sua independência e se tornou um coadjuvante do petismo”, teria confidenciado Ciro a aliados.
No Ceará, o rompimento de Ciro com o PDT ganhou força após o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio, aliado histórico do ex-ministro, também deixar o partido e se filiar ao União Brasil — sigla que faz oposição ao governo petista de Elmano de Freitas.
A possibilidade de Ciro seguir o mesmo caminho é vista como a mais provável, embora ele também mantenha boa relação com o ex-senador Tasso Jereissati, figura influente no PSDB nacional.
Com a desfiliação, Ciro Gomes volta ao centro das articulações políticas para 2026. Analistas veem no movimento uma tentativa de reocupar o espaço da centro-esquerda independente, hoje enfraquecido entre o lulismo e o bolsonarismo, e de se posicionar como uma alternativa liberal-nacionalista na próxima corrida presidencial.
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