Palmas (TO), Sábado, 18 de Outubro de 2025

Política / Religião

Michelle Bolsonaro critica líderes evangélicos que se aproximam do Governo Lula

Ex-primeira-dama compartilhou indireta bíblica após bispo Samuel Ferreira orar pelo presidente durante encontro com pastores em Brasília

18/10/2025

11:30

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, conhecida por sua forte atuação junto a grupos evangélicos e cotada como possível substituta política de Jair Bolsonaro, fez uma manifestação pública em tom de reprovação à aproximação de líderes religiosos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em seus stories no Instagram, Michelle compartilhou uma foto do bispo Samuel Ferreira, líder da Assembleia de Deus do Brás e presidente da Convenção Nacional das Assembleias de Deus no Brasil (CONAMAD), durante um momento de oração com Lula, realizado nesta quinta-feira (17) em Brasília.

O encontro também contou com a presença do advogado-geral da União, Jorge Messias, pastor batista e um dos nomes cotados para substituir Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF).

Indiretas com citações bíblicas

O que mais chamou a atenção foi o texto publicado por Michelle, composto por três versículos bíblicosApocalipse 22:11, Números 24:9 e Mateus 6:24 — usados para criticar, de forma indireta, a atitude do bispo Samuel Ferreira ao se aproximar do governo.

Segundo o pastor e doutor em hermenêutica bíblica Sérgio Ricardo Gonçalves Dusilek, as citações escolhidas por Michelle formam uma mensagem simbólica e estratégica, interpretada da seguinte forma:

  1. Escolher se aliar ao mal (Apocalipse 22:11);

  2. Tomar uma decisão amaldiçoada ou contrária à vontade divina (Números 24:9);

  3. Demonstrar dupla lealdade e ambição por poder (Mateus 6:24).

“A combinação dos três versículos indica uma crítica velada àqueles que, em nome de influência ou espaço político, se aproximam de governos que representam valores opostos aos seus princípios de fé”, explicou Dusilek.

Encontro de Lula com lideranças evangélicas

A reunião promovida pelo presidente Lula buscou estreitar o diálogo com o segmento evangélico, historicamente mais próximo da direita e do bolsonarismo. O encontro faz parte de uma estratégia política do Planalto para reduzir resistências religiosas e ampliar pontes com igrejas pentecostais e batistas.

A oração conduzida por Samuel Ferreira — que tem trânsito entre diferentes correntes evangélicas — foi interpretada por setores ligados a Michelle como um gesto de aproximação política ao governo federal.

Contexto político

A reação de Michelle ocorre em meio à reorganização da direita cristã para as eleições de 2026. A ex-primeira-dama tem se consolidado como figura central do PL Mulher e possível herdeira política do bolsonarismo, especialmente se Jair Bolsonaro permanecer inelegível.

A crítica pública reforça a disputa por influência dentro do eleitorado evangélico, que continua sendo uma das maiores bases eleitorais conservadoras do país.


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