Palmas (TO), Terça-feira, 21 de Outubro de 2025

Política / Governo Federal

Lula anuncia Guilherme Boulos como novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência

Deputado federal do PSOL assume pasta que faz a ponte entre o governo e os movimentos sociais; substitui Márcio Macêdo, que ocupava o cargo desde 2023

20/10/2025

19:00

DA REDAÇÃO

Presidente Lula publicou foto ao lado do novo ministro, Guilherme Boulos, e do antecessor, Márcio Macêdo — Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta segunda-feira (20) a nomeação do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) como novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, cargo estratégico responsável pela relação do governo com os movimentos sociais.

A decisão foi comunicada durante uma reunião no Palácio do Planalto, que contou com a presença de Boulos, do ex-ministro Márcio Macêdo (PT-SE), além dos ministros Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil) e Sidônio Palmeira (Secom). Uma transição técnica entre as equipes deve ocorrer nos próximos dias.

Mudança estratégica no Planalto

A substituição marca uma reconfiguração política dentro do governo Lula e amplia o espaço do PSOL na Esplanada, retirando uma pasta até então da cota do PT.
Com gabinete dentro do Palácio do Planalto, a Secretaria-Geral é uma das cinco pastas diretamente ligadas à Presidência, o que garante ao novo ministro acesso direto ao presidente.

“Minha principal missão será ajudar a colocar o governo na rua, levando as realizações e ouvindo as demandas populares em todos os estados do Brasil. Minha grande escola foi o movimento social brasileiro, e levarei esse aprendizado agora ao Planalto”, declarou Boulos, em publicação nas redes sociais após a nomeação.

Perfil e trajetória de Boulos

Aos 42 anos, Guilherme Boulos é um dos principais nomes da esquerda brasileira e o político de maior expressão do PSOL.
Paulistano, formado em Filosofia e mestre em Psiquiatria, é professor e psicanalista.
Construiu sua trajetória como liderança do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e defensor de reformas urbanas e do direito à moradia.

Em sua carreira política:

  • Foi candidato à Presidência da República em 2018;

  • Disputou a Prefeitura de São Paulo em 2020 e 2024, chegando ao segundo turno nas duas ocasiões;

  • Em 2022, foi eleito deputado federal mais votado de São Paulo, com mais de 1 milhão de votos.

Fontes próximas ao Planalto informaram que Boulos permanecerá no ministério até o fim do mandato, descartando uma nova candidatura em 2026. Segundo a legislação eleitoral, ministros que desejem concorrer a cargos públicos devem deixar o cargo até seis meses antes das eleições, o que não será o caso dele.

Objetivo político: fortalecer a base social

A escolha de Lula busca reaproximar o governo das bases populares e reanimar a militância de esquerda, especialmente entre jovens e movimentos sociais, num movimento estratégico com foco na reeleição presidencial de 2026.

Boulos é visto como símbolo de renovação da esquerda e pode atuar como elo entre o Planalto e as ruas, equilibrando o diálogo com centrais sindicais, coletivos urbanos e lideranças comunitárias.

Saída de Márcio Macêdo e legado

Ex-deputado federal, Márcio Macêdo estava à frente da Secretaria-Geral desde janeiro de 2023.
Durante dois anos e nove meses, articulou ações com movimentos sociais e coordenou eventos de grande porte, como o G20 Social, realizado no Rio de Janeiro em 2024, antes da cúpula internacional de chefes de Estado.

Macêdo também foi tesoureiro da campanha presidencial de Lula em 2022 e coordenou a vigília em Curitiba durante a prisão do petista.
Nos bastidores, porém, enfrentava críticas pela baixa mobilização popular em eventos recentes, como o 1º de Maio em São Paulo, o que contribuiu para sua substituição.

Reconfiguração política

A nomeação de Boulos eleva para dois os ministros do PSOL no governo — ao lado de Sônia Guajajara, titular do Ministério dos Povos Indígenas.
Com isso, o presidente Lula reforça o núcleo ideológico de esquerda no Planalto, em contraponto à presença de partidos do centrão, que também integram a base governista.

A mudança amplia o número de trocas na Esplanada para 13 desde o início do mandato, refletindo a busca de Lula por equilíbrio entre representação política, fidelidade partidária e eficiência administrativa.


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