Política / Justiça
Ação contra Bolsonaro e sete réus entra na fase de recursos: entenda próximos passos até a execução das penas
Defesas têm até segunda (27) para apresentar embargos; penas só serão aplicadas após esgotamento das possibilidades de recurso
25/10/2025
09:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) publicou nesta semana o acórdão da decisão que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus pela tentativa de golpe de Estado em 2022. A partir dessa publicação, o processo entra em uma nova etapa: a fase recursal.
As defesas dos condenados, conhecidos como integrantes do “núcleo crucial” da trama golpista, têm até a próxima segunda-feira (27) para apresentar embargos de declaração, primeiro tipo de recurso cabível neste momento. Apenas após o trânsito em julgado — quando não houver mais recursos possíveis — é que as penas de prisão e demais sanções começarão a ser executadas.
Em setembro, a Primeira Turma do STF condenou Bolsonaro e sete aliados por tentativa de golpe de Estado.
Nas semanas seguintes, os ministros elaboraram o acórdão, documento que consolida oficialmente a decisão colegiada.
Nesta quarta-feira (22), a publicação do acórdão abriu o prazo para a interposição de recursos.
As defesas analisam duas alternativas principais:
🔹 Embargos de declaração – servem para apontar eventuais omissões, contradições ou obscuridades na decisão. Embora raramente modifiquem o resultado, podem reduzir penas ou, em casos excepcionais, extinguir punições se o STF reconhecer falhas relevantes.
🔹 Embargos infringentes – cabíveis quando há divergência expressiva entre os votos dos ministros. São aceitos nas Turmas (compostas por cinco ministros) apenas quando há dois votos pela absolvição, o que não ocorreu neste caso. Mesmo assim, algumas defesas podem insistir nesse pedido, cuja admissibilidade dependerá do relator Alexandre de Moraes.
As defesas apresentam os embargos de declaração até o início da próxima semana.
O ministro Alexandre de Moraes poderá encaminhar os recursos à Procuradoria-Geral da República (PGR) para parecer.
Em seguida, a Primeira Turma julgará os embargos — sem data definida.
Caso sejam rejeitados, os advogados ainda podem tentar novos recursos internos.
Somente após o encerramento total das possibilidades recursais, as penas passam a ser executadas.
Assim que a decisão se tornar definitiva, a Primeira Turma determinará a execução das seguintes medidas:
Penas de prisão que variam de 16 a 27 anos, conforme o grau de participação.
Multa e indenização de R$ 30 milhões por danos morais coletivos.
Perda de mandato parlamentar e cargos públicos de Alexandre Ramagem e Anderson Torres.
Suspensão dos direitos políticos dos condenados.
Comunicação ao Superior Tribunal Militar (STM) para abertura de procedimento que pode levar à perda de patentes militares.
O ex-presidente Jair Bolsonaro está em prisão domiciliar desde 4 de agosto, por decisão de Alexandre de Moraes. A medida é provisória e foi motivada pela suposta tentativa de interferência no processo em curso.
Se a condenação se tornar definitiva, a defesa pode solicitar que o período de prisão domiciliar seja abatido da pena final — o que ainda será avaliado pelo STF. Os advogados também devem pedir que Bolsonaro permaneça em regime domiciliar, alegando idade avançada e condições de saúde.
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