Palmas (TO), Domingo, 26 de Outubro de 2025

Política Internacional

Reunião entre Lula e Trump marca retomada das negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos

Encontro em Kuala Lumpur abre caminho para revisão de tarifas e aproximação diplomática entre os dois países

26/10/2025

08:00

DA REDAÇÃO

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente norte-americano Donald Trump se reuniram neste domingo (26), em Kuala Lumpur, capital da Malásia, em um encontro que simboliza um novo capítulo nas relações comerciais e diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos.

A reunião, que durou cerca de 50 minutos, foi o primeiro diálogo oficial entre os dois líderes desde a imposição das tarifas de 50% sobre exportações brasileiras aos EUA e das sanções a autoridades brasileiras baseadas na Lei Magnitsky.

Segundo o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o encontro foi “muito positivo”, com acordos preliminares para iniciar negociações imediatas e criar um cronograma bilateral de diálogo econômico.

Principais pontos discutidos no encontro

1. Negociação bilateral e suspensão de tarifas

Lula reiterou o pedido para que as tarifas americanas sobre produtos brasileiros sejam suspensas durante o período de negociação. Trump, por sua vez, determinou que sua equipe inicie imediatamente as tratativas bilaterais.

“Esperamos em poucas semanas concluir uma negociação que trate de cada um dos setores afetados pela atual tributação americana”, afirmou Mauro Vieira.

O Itamaraty informou que o Brasil deve insistir na suspensão temporária das taxas, enquanto se discute um novo acordo comercial mais equilibrado entre as duas nações.

2. Déficit na balança comercial

O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Márcio Elias Rosa, afirmou que Lula destacou a incoerência técnica das tarifas, lembrando que o Brasil possui déficit na balança comercial com os EUA, ao contrário de outras nações afetadas pela medida.

“Lula mostrou que a motivação usada pelos Estados Unidos para impor a elevação das tarifas não se aplica ao Brasil, e ressaltou a relação diplomática e comercial sólida de mais de 200 anos entre os dois países”, disse Rosa.

3. Lei Magnitsky e ausência de pauta sobre Bolsonaro

A questão envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não foi discutida na reunião. Lula apenas citou, de forma indireta, a aplicação indevida da Lei Magnitsky a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando que o julgamento de Bolsonaro “respeitou o devido processo legal” e não configurou perseguição política.

Antes da reunião, Trump havia declarado à imprensa que “se sente mal pelo que Bolsonaro passou” e o chamou de “homem honesto”, mas o tema não entrou na pauta formal da conversa.

4. Interlocução com a Venezuela

Lula se colocou à disposição como mediador entre Estados Unidos e Venezuela, buscando facilitar o diálogo entre o governo de Trump e o presidente Nicolás Maduro.
Segundo Mauro Vieira, Trump agradeceu e concordou com a proposta, mas não definiu data ou formato para a intermediação.

“O presidente Lula disse que a América do Sul é uma região de paz e se prontificou a ser interlocutor, como foi no passado, com a Venezuela”, afirmou o chanceler.

5. Visitas recíprocas entre os presidentes

Ao final do encontro, Lula e Trump concordaram com a realização de visitas oficiais nos próximos meses.

“O presidente Trump quer ir ao Brasil e o presidente Lula aceitou também, dizendo que irá com prazer aos Estados Unidos no futuro”, declarou Mauro Vieira.

Os detalhes e datas ainda serão definidos pelas equipes diplomáticas dos dois países.

Próximos passos

  • Início das negociações bilaterais: reuniões técnicas começaram ainda neste domingo (26) entre representantes brasileiros e norte-americanos;

  • Revisão das tarifas: Brasil pedirá suspensão imediata das cobranças durante o processo;

  • Ampliação da pauta: Lula quer incluir temas como minerais críticos, terras raras e energia limpa na agenda de cooperação;

  • Fortalecimento diplomático: ambas as partes sinalizaram interesse em “restaurar o clima de confiança” nas relações bilaterais.


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