Palmas (TO), Quarta-feira, 26 de Novembro de 2025

Política / Justiça

Prisão definitiva de Jair Bolsonaro embaralha planos da direita para 2026

Ex-presidente ficará em regime fechado e reduz drasticamente sua influência sobre articulações eleitorais

26/11/2025

07:15

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

A prisão em regime fechado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) desestruturou os planos da direita para as eleições de 2026, que previa utilizar o ex-mandatário como articulador invisível das alianças nacionais e estaduais. A estratégia incluía sua atuação à distância, a partir de prisão domiciliar, permitindo que orientasse candidaturas e interferisse nas disputas internas do campo conservador.

A tentativa de rompimento de tornozeleira eletrônica com ferro de solda — considerada um surto pelo entorno do ex-presidente — mudou todo o cenário ao antecipar sua ida para o regime fechado e dificultar qualquer flexibilização futura.

Tentativa frustrada de manter Bolsonaro na articulação política

Aliados próximos acreditavam que seria possível sensibilizar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), apresentando laudos médicos e argumentos de “bom comportamento” para que Bolsonaro permanecesse em prisão domiciliar.
O roteiro interno previa que ele passaria apenas alguns dias no presídio antes de retornar para casa, de onde continuaria inelegível e impedido de fazer campanha, mas ainda influenciaria:

  • definição do candidato da direita ao Planalto;

  • formação de chapas estaduais;

  • alinhamento com partidos do Centrão.

A prisão preventiva decretada no sábado (22/11) desmontou essa expectativa.

Influência reduzida e acesso limitado

Com Bolsonaro recolhido ao regime fechado, as possibilidades de reversão diminuíram. Aliados avaliam que:

  • ele pode permanecer até sete anos nessa condição;

  • visitas serão curtas e controladas, limitando a circulação de orientações políticas;

  • sua capacidade de influenciar a escolha do candidato da direita ficará gravemente comprometida.

Há ainda o temor de que nem o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) — apontado como porta-voz do pai — consiga manter o grupo unido e transmitir a linha política do ex-presidente.

Disputa aberta pelo comando do campo conservador

Com a liderança enfraquecida, cresce o risco de autofagia interna. Já há tensões sobre candidaturas estaduais e, principalmente, sobre a sucessão presidencial.

Cinco nomes estão em avaliação pela direita e pelo Centrão:

  • Eduardo Leite (PSD-RS)

  • Ratinho Júnior (PSD-PR)

  • Ronaldo Caiado (União-GO)

  • Romeu Zema (Novo-MG)

  • Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP)

A expectativa era que Bolsonaro escolhesse um deles até março de 2026, garantindo unidade. Sem essa definição, o bloco corre risco de divisão.

Flávio Bolsonaro no centro do tabuleiro

A prisão teve como um dos fundamentos a vigília convocada por Flávio Bolsonaro, citado por Moraes ao justificar a decisão. Isso colocou o senador no centro das discussões, aumentando especulações sobre:

  • sua eventual candidatura à Presidência;

  • seu papel como vice numa chapa de centro-direita;

  • sua função como herdeiro político imediato do pai.

Apesar disso, setores do Centrão resistem à presença de um Bolsonaro na vice, temendo o peso da rejeição do sobrenome.

Risco de escalada de conflitos dentro da direita

Sem o controle político do pai, aliados apontam que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pode intensificar tensões. Ele já teve atritos públicos com Tarcísio de Freitas, acusando o governador de São Paulo de se aproveitar do momento frágil do ex-presidente para se projetar como presidenciável.

Em meio à disputa, Eduardo chegou a se colocar como “candidato natural” caso o pai não pudesse concorrer.


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