Política & Justiça / Economia
Lula reforça compromisso com desenvolvimento sustentável na 6ª Plenária do Conselhão
Presidente destaca avanços econômicos, protagonismo ambiental e necessidade de agenda social mais robusta até 2035
04/12/2025
18:00
DA REDAÇÃO
A 6ª Reunião Plenária do Conselhão reuniu governo, sociedade civil e especialistas para avançar em temas estratégicos do desenvolvimento nacional. O colegiado é responsável pelo assessoramento do presidente da República na formulação de políticas públicas e diretrizes de governo ©Ricardo Stuckert/Secom-PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu, nesta quinta-feira (4), a 6ª Reunião Plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o Conselhão, no Palácio do Itamaraty, em Brasília. O encontro reuniu governo, sociedade civil, especialistas e representantes de diversos setores para apresentar propostas estratégicas e discutir caminhos para o desenvolvimento nacional até 2035.
Em discurso, Lula afirmou que o Brasil chega ao fim de 2025 em posição econômica mais sólida que o previsto, destacando a responsabilidade do governo em conduzir uma agenda sustentável, inclusiva e orientada para o futuro.
“Ninguém acreditava que chegaríamos ao mês de dezembro de 2025 numa situação confortável como esta”, afirmou o presidente. Ele reforçou que o governo é responsável por 215 milhões de brasileiros, independentemente de diferenças sociais, econômicas, religiosas ou de gênero.
Lula dedicou parte do discurso à agenda climática e à transição energética, destacando o papel do Brasil como liderança mundial em renováveis.
“Enquanto países ricos projetam chegar a 40% de energia renovável apenas em 2050, o Brasil já oferece 53% em 2025”, afirmou.
Segundo o presidente, a COP30 consolidou o país como ator estratégico na formulação de políticas climáticas globais, e reforçou a necessidade de que o Brasil se reconheça como nação com forte capacidade científica, intelectual e produtiva.
Lula também provocou o Conselhão a aprofundar debates estruturais, incluindo:
redução da jornada de trabalho, com revisão do modelo 6x1;
políticas de enfrentamento ao feminicídio;
fortalecimento da democracia e da inclusão social.
O vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, fez um balanço otimista das entregas do governo em 2025, destacando avanços em áreas estratégicas:
retomada da vacinação em massa e superação do negacionismo;
expansão do Minha Casa, Minha Vida;
crescimento recorde do agronegócio, com 17% de aumento da safra;
fortalecimento da indústria nacional;
crescimento das vendas de carros sustentáveis, que já superam 20% do mercado.
“Para onde a gente olhar, vamos verificar que o país avançou”, afirmou Alckmin.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apontou que o governo tem motivos concretos para manter o otimismo.
“Em quatro anos, teremos a menor inflação da história do Brasil — do Império à República”, destacou.
Haddad atribuiu os resultados à combinação entre:
recuperação do crédito;
valorização do salário mínimo;
queda do desemprego;
retomada de políticas sociais estruturantes.
A ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, apresentou ao presidente a minuta do decreto que institui a Estratégia Nacional de Compras Públicas Sustentáveis, instrumento que busca estimular a inovação, fortalecer a indústria nacional, reduzir desigualdades e promover modelos ambientais responsáveis.
Dweck destacou que as compras públicas representam mais de 16% do PIB brasileiro, com grande capacidade de induzir investimentos.
Segundo a ministra, o novo decreto:
oferece segurança jurídica para agentes públicos;
fortalece a coordenação federativa;
prioriza valor público, inclusão e sustentabilidade nas aquisições governamentais.
O encontro também apresentou o Anteprojeto da Lei Geral de Direito Internacional Privado, desenvolvido por comissão do Conselhão com apoio do STJ e especialistas.
O texto unifica e moderniza normas hoje dispersas, oferecendo mais clareza para casos que envolvem múltiplos países, como contratos, divórcios, sucessões e disputas comerciais.
O vice-presidente do STJ, Luis Felipe Salomão, afirmou que o projeto colocará o Brasil alinhado às legislações mais modernas do mundo e ajudará a atrair investimentos estrangeiros.
Outro destaque da reunião foi o lançamento do Guia das Duplicatas Escriturais, que marca a transição do papel para o registro digital.
Segundo o secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Barbosa Pinto, a digitalização:
reduz fraudes;
amplia a transparência;
facilita o uso de recebíveis como garantia;
contribui para a redução do spread bancário.
A adoção será facultativa em 2026 e obrigatória a partir de 2027.
O Conselhão apresentou ainda o documento “Pilares de um Projeto de Nação”, que propõe diretrizes para um Brasil:
soberano;
justo;
democrático;
sustentável;
inovador;
com equidade racial e de gênero.
O secretário-executivo do Conselho, Olavo Noleto, destacou que o estudo projeta o país para os próximos 10 anos, considerando mudanças tecnológicas, educacionais e demográficas.
No campo ambiental e produtivo, foram apresentados:
o Livro Digital da Comunidade Científica da Amazônia;
a Agenda Positiva do Agro, com projetos de referência em bioeconomia, fruticultura, pecuária, etanol de milho e cana, cafés especiais e manejo florestal.
A secretária-geral do Itamaraty, Maria Laura da Rocha, destacou que a COP30 consolidou uma agenda de implementação que envolve fortemente o setor privado, especialmente por meio do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF).
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