Palmas (TO), Segunda-feira, 29 de Dezembro de 2025

Política / Justiça

Anderson Torres e Silvinei Vasques dividem rotina de banho de sol sob escolta na Papudinha

Ex-ministro da Justiça e ex-diretor da PRF cumprem prisão em área reservada a detentos com prerrogativa de Estado-Maior

29/12/2025

08:45

DA REDAÇÃO

©FOTOMONTAGEM

O ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques passaram a compartilhar a rotina de custódia no 19º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, conhecido como Papudinha, onde cumprem prisão em espaço destinado a detentos com prerrogativa de Estado-Maior.

Os dois utilizam, sob escolta permanente, o chamado “jardim carcerário”, uma área verde anexa ao batalhão destinada ao banho de sol. O local não possui grades aparentes, mas o controle é rigoroso: três policiais militares acompanham de perto cada movimentação dos presos, que caminham lentamente, conversam pouco e permanecem em silêncio durante o período ao ar livre.

Custódia compartilhada

Anderson Torres está preso desde 25 de novembro e passou a dividir a cela com Silvinei Vasques, que foi transferido para o batalhão na tarde do sábado (27), após desembarcar em Brasília em aeronave da Polícia Federal. Ele chegou trazendo apenas uma pequena mala de viagem, marcando o início da nova fase de custódia.

O espaço integra o Núcleo de Custódia da Polícia Militar (NCPM), reservado exclusivamente a policiais militares e autoridades que têm direito a cela especial.

Prisão após tentativa de fuga

A prisão de Silvinei Vasques ocorreu após tentativa de fuga internacional. Na madrugada de 26 de dezembro, ele foi detido no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, no Paraguai, ao tentar embarcar com documentos falsos, incluindo um passaporte paraguaio em nome de Julio Eduardo Fernandez. O plano, segundo as investigações, era seguir para o Panamá e, posteriormente, para El Salvador.

A violação da tornozeleira eletrônica acionou alertas automáticos e a operação já vinha sendo monitorada. A Polícia Federal brasileira, por meio de sua adidância no Paraguai, comunicou previamente as autoridades locais, que efetuaram a prisão. Diante dos fatos, o ministro do STF Alexandre de Moraes decretou a prisão preventiva de Vasques.

Denúncia e investigações

De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), Silvinei Vasques integrou o núcleo 2 da trama golpista, com a atribuição de dar suporte operacional ao plano. As investigações apontam que ele teria coordenado bloqueios em rodovias federais no dia das eleições de 2022, com o objetivo de dificultar o acesso de eleitores em regiões onde o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tinha maior preferência.

As condutas são enquadradas como prevaricação e violência política. Silvinei chegou a ser preso preventivamente em 9 de agosto de 2023, mas havia sido colocado em liberdade por decisão do STF, permanecendo sob medidas cautelares até a nova prisão.

Rotina sob vigilância

Agora, Anderson Torres e Silvinei Vasques compartilham não apenas a cela, mas também a rotina restrita da Papudinha. O banho de sol no jardim carcerário, realizado sob vigilância constante, tornou-se um retrato silencioso da situação de dois ex-integrantes centrais da área de segurança pública durante o governo Bolsonaro, hoje submetidos às regras rígidas do sistema de custódia.


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