JUSTIÇA
Ronnie Lessa pede para depor sem a presença dos irmãos Brazão
Audiência com perguntas da Procuradoria Geral da República e de assistentes de acusação teve início na tarde desta terça-feira (27)
27/08/2024
13:44
G1
©REPRODUÇÃO
Assassino confesso da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o ex-policial Ronnie Lessa depõe na tarde desta terça-feira (27), em audiência virtual no Supremo Tribunal Federal (STF).
Essa seria a primeira vez que Lessa prestaria depoimento diante da presença, mesmo virtual, dos réus do processo no STF:
Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE)
Chiquinho Brazão, deputado federal
Rivaldo Barbosa, delegado da Polícia Civil do RJ
Ronald Paulo Alves Pereira, major da PM do RJ
Robson Calixto Fonseca, o Peixe, PM e assessor de Brazão no TCE
Logo antes de começar a depor, o advogado de Lessa, Saulo Carvalho solicitou que todos outros réus deixassem a videoconferência e não assistissem o depoimento. Apenas os advogados do réus.
O juiz Airton Vieira, auxiliar do STF e que preside a audiência, acatou o pedido da defesa de Lessa e considerou que a presença dos acusados "causaria constrangimento e poderia influenciar no depoimento de Ronnie Lessa".
Todos estão presos. Domingos, Chiquinho, Rivaldo e Peixe por envolvimento na morte de Marielle. O major Ronald já estava preso por envolvimento com a milícia de Rio das Pedras. Os irmãos Brazão e Rivaldo estão presos desde 24 de março.
A expectativa do depoimento é que Ronnie Lessa reafirme pontos da sua delação premiada. Ele só responderá a perguntas. O primeiro a questioná-lo será o representante da Procuradoria Geral da República (PGR), na audiência, o promotor Olavo Pezzotti.
Depois dele, será aberto a questionamentos das assistentes de acusação das famílias de Marielle e de Anderson Gomes.
Ronnie Lessa é assassino confesso da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes no crime ocorrido em 14 de março de 2018.
Em acordo de colaboração premiada, homologado pelo STF, Lessa apontou o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Domingos Brazão, e o deputado federal Chiquinho Brazão como mandantes do crime. Segundo Ronnie Lessa, em sua delação, Rivaldo Barbosa sabia da execução da vereadora, o que garantiria impunidade na investigação.
Ronnie Lessa foi preso em março de 2019, um ano após o crime, pelo Ministério Público estadual do Rio e pela Polícia Civil. Desde então, está em um presídio federal. Por quatro anos se manteve em silêncio e negando a participação no crime.
Em 2023, após a entrada da Polícia Federal no caso, o motorista do Cobalt, o ex-policial Élcio de Queiroz fez uma colaboração premiada em que confessou a participação da dupla no crime.
Depois, a mulher de Lessa, Elaine contou que na noite em que Marielle foi morta, Ronnie Lessa permaneceu toda a madrugada fora. Até então, Ronnie Lessa dizia que havia passado aquela noite de 14 de março em casa. O seu aparelho celular permaneceu toda aquela noite desligado.
Outro ponto foi o acesso de Lessa a um site de pesquisas particular que atua oferecendo consulta a dados cadastrais da Serasa Experian, serviço criado para auxiliar comerciantes e financeiras na validação de dados de clientes. No site, Lessa fez pesquisas sobre Marielle e sobre sua filha, Luyara.
Após o depoimento de Lessa será a vez do outro réu colaborador, Élcio de Queiroz, motorista do Cobalt.
Após essa rodada, as defesas dos réus selecionarão testemunhas ou pedirão diligências ao STF.
Nesta segunda-feira (26), o policial militar Robson Calixto Fonseca, o Peixe, foi internado no Hospital da Polícia Militar. Ele tem uma úlcera que está gerando feridas na perna direita. A internação é por tempo indeterminado.
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